Malala Yousafzai, a paquistanesa que se tornou famosa no mundo inteiro veio ao Brasil, no dia 9 de julho, uma terça-feira, para participar de um evento cujo tema de debate era o papel e a importância da educação para o desenvolvimento infantil e das mulheres no país.
O evento em questão é fechado, voltado somente para convidados. Participam desse evento, dentre outros agentes, alunos da rede pública de ensino e representantes de ONGs. Ele teve uma transmissão ao vivo, pelas redes sociais do banco Itaú, que organiza e patrocina o evento.
É a primeira vez que a jovem paquistanesa de quase 21 anos visita o Brasil. Essa rápida passagem da jovem por terras brasileiras ocorreu mais especificamente em São Paulo, após um convite de um instituto chamado Alana, que se trata de uma ONG voltada a projetos socioeducacionais e igualmente de proteção à infância, relacionada a instituição bancária Itaú-Unibanco.
A aguardada discussão sobre educação, inclusão e empoderamento aconteceu no Auditório Ibirapuera – Oscar Niemeyer, onde aproveitou para contar que em breve anunciaria projetos no Brasil.
A anfitriã desse evento foi a presidente do Instituto Alana, Ana Lucia Vilela (que é também herdeira do banco Itaú). Em cima do palco, a mediação do debate foi efetuada pela jornalista Adriana Carranca. Carranca é autora de um livro infantil sobre Malala, e três importantíssimas ativistas pela temática da inclusão educacional no Brasil: Conceição Evaristo, doutora em educação e vencedora do Prêmio Jabuti; Dagmar Rivieri, fundadora da Casa Zezinho e por fim Tábata Amaral, de 24 anos de idade, moradora da periferia da cidade de São Paulo, que conseguiu, apesar das dificuldades, obter uma bolsa integral para se dedicar aos estudos da astrofísica, na renomada e famosa Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.
Além das discussões, houve intervenções pontuais de jovens ativistas, para falar do exemplo de superação e luta pela educação e inclusão social e também apresentação de música.
A história de Malala
Malala Yousafzai é originária da famigerada região do Vale do Swat, situada a noroeste do Paquistão. A região é um local pertencente a uma população da etnia pashto, profundamente islâmica e extremamente conservadora.
Nos anos situados entre 2011 e 2012, o grupo extremista islâmico Talibã efetuou o domínio da região, onde Malala vivia com sua família e seu pai possuía uma escola.
O mulá Fazlullah, que comandava o grupo, teceu uma interpretação mais dura e radical sobre a sharia (lei islâmica), o que resultou na queima de CDs, DVDs, PCs e livros. Além disso, ele afirmou também que uma mulher não devia e nem precisava estudar nada além de religião. Após essas determinações, meninas foram proibidas de frequentar escolas e sair sem a companhia de um familiar do gênero masculino.
Malala, juntamente com algumas amigas, se revoltou contra o decreto e permaneceram indo às aulas. Ela, que tinha somente 15 anos naquele período, falou abertamente contra Fazlullah e defendeu o seu direito à educação.
No dia 9 de outubro de 2012, um membro integrante do Talibã invadiu o ônibus no qual Malala e suas amigas estavam para ir a escola e deu três tiros nela. Um deles acertou sua cabeça, deixando-a em coma. Ela foi levada a Inglaterra, fez inúmeros tratamentos e, a despeito das previsões, sobreviveu.