Depois do Facebook ter removido páginas que operavam de forma conjunta para influenciar as eleições, o Google tomou algumas medidas bastante similares. A companhia informou na quinta-feira, dia 23 de agosto, que tirou do ar cerca de 39 canais no YouTube relacionados ao canal estatal iraniano IRIB (Islamic Republic of Iran Broadcasting).
Eles trabalhavam em parceria com o objetivo de influenciar o cenário político dos EUA, do Reino Unido e de países da América Latina e Oriente Médio. Apenas os vídeos direcionados para os Estados Unidos possuíam por volta de 13 mil visualizações no país.
O Google também achou mais seis blogs no Blogger e 13 contas no Google Plus ligadas à IRIB. “Os atores envolvidos com esse tipo de operação de influência violam nossas políticas e nós rapidamente removemos esse conteúdo dos nossos serviços e encerramos suas contas”, alegou a companhia.
A ação coordenada ocorre pelo menos desde o mês de janeiro de 2017. Segundo informações dadas pelo Google, várias pistas auxiliaram a comprovar o envolvimento entre as diferentes contas. A organização falou que os dados técnicos, as informações de propriedade de domínio, os metadados e as informações de inscritos encontravam-se “fortemente vinculadas” à IRIB.
Da mesma maneira que o Facebook, o Google obteve a ajuda da FireEye, uma companhia do ramo de segurança digital que efetuou a identificação de algumas contas suspeitas. De início, a a empresa apontou a existência de três contas de e-mail, três canais no YouTube e três contas do Google Plus que poderiam atravessar um processo de investigação.
Por meio de um trabalho conjunto realizado nos últimos dois meses, as empresas chegaram às demais contas. Elas também comprovaram a realização de tentativas de ataques por phishing que tinham como alvo campanhas políticas, jornalistas, ativistas e acadêmicos em todo o mundo.
O Google falou que informou as autoridades a respeito dos resultados da investigação e explanou minuciosamente a sua ligação com o conteúdo político no contexto estadunidense. A empresa recorda que esta não foi a primeira campanha dessa modalidade que recebeu patrocínio de um governo.
No ano de 2017, ela ficou sabendo sobre uma ação conectada à Internet Research Agency (IRA), órgão relacionado ao governo russo. A campanha intencionava difundir informações falsas ao longo da campanha presidencial americana de 2016 e foi concretizada tanto em serviços do Google, quanto no Facebook.
Após a investigação, o Google retirou 42 canais no YouTube, que continham 58 vídeos políticos em língua inglesa. “Desde então, continuamos a monitorar nossos sistemas e ampliamos o leque de atores relacionados ao IRA contra os quais tomamos medidas”, relatou a empresa.
O caso do Facebook
O Facebook efetuou a remoção de cerca de 652 páginas e contas que realizavam publicações de caráter político com o intuito de exercer influência no resultado das eleições.
O Facebook descobriu a ocorrência dessa prática no mês de julhom através da empresa de segurança FireEye, que levantou a existência de atividades suspeitas no Irã em contas ligadas ao Facebook e ao Instagram.
Desde então, o Facebook realizou a análise em 4 fases diferentes e conseguir achar mais páginas relacionadas com aquilo que deu o nome de “comportamento falso/não legítimo coordenado”.