Três membros da equipe do SAMU da cidade de Taubaté, no interior do Estado de São Paulo foram demitidos, por justa causa, na segunda-feira, dia 30 de julho, pelo fato de terem transportado um cachorro dentro da ambulância.
O SAMU usou a justificativa de que a demissão ocorreu com base em uma portaria do Ministério da Saúde, que estabelece normas para assegurar as condições de higiene do veículo.
Segundo foi afirmado pelos funcionários, eles estavam voltando para a base, após um socorro, quando foram abordados por uma motorista na região de um distrito chamado Quiririm. À margem da pista, estavam parados a mulher em questão, um caminhão e uma moto. Quando desceu do veículo, a equipe notou que havia um cão na pista.
Um dos socorristas demitidos relatou o seguinte: “A motorista nos falou que o animal estava na pista e eles haviam parado com receio de haver um acidente, porém eles não foram capazes de tirá-lo da via. Nós o retiramos dali pelo risco de acidente e percebemos que ele tinha uma coleira com a identificação e o contato do dono, então o acionamos para que ele fosse buscar na base”.
Conforme contado pelo profissional, a equipe decidiu tomar essa atitude para evitar que a ambulância estivesse ausente da unidade e corresse o risco de ser acionada para prestar algum socorro. O cãozinho, dessa forma, foi transportado na ambulância, mais especificamente uma Unidade de Suporte Avançado (USA), a mais completamente equipada do SAMU da cidade de Taubaté.
O transporte teria levado algo em torno de 15 minutos e quando chegaram na base, os funcionários encontraram o dono para poder devolver o animal. Depois de efetuada a entrega, receberam um aviso da equipe administrativa do serviço de que eles seriam desligado pelo fato de terem transportado um cão dentro da ambulância. A justificava dessa decisão era que eles teriam posto o animal na área onde os pacientes são socorridos, o que traria potenciais riscos de contaminação.
O profissional do SAMU desabafa: “Achei essa atitude muito injusta, pois não levamos o cachorro na área de socorro, mas sim o transportamos conosco na cabine. Não utilizamos nenhum equipamento para prestar atendimento ao animal, não houve gasto de dinheiro público. Não houve desvio de rota e retornamos sem causar prejuízo sobre qualquer eventual chamado. Estávamos apenas tentando ajudar”.
O dono do cão, Roberto Francesco, disse que não sabia que o animal tinha saído da residência, até o momento em que foi acionado pela equipe do SAMU e que levou somente 20 minutos para buscar o cachorro na base.
Repercussão e reviravolta
A equipe, composta por um médico, um enfermeiro e um motorista foram despedidos do serviço. Os três fizeram postagens sobre o caso nas redes sociais e o ocorrido causou uma enorme comoção dos respectivos usuários.
Ontem, terça-feira, dia 31 de julho, todas as exonerações foram revistas e com o esforço empregado pela presidência e vice-presidência do Instituto Esperança, responsável pela administração do serviço no município, eles somente receberam uma advertência.
O enfermeiro e o motorista fora reintegrados. O médico, contudo, conforme informações da TV Vanguarda, afiliada da TV Globo, o médico não tem intenção de voltar a trabalhar no local.