(Por G1) As gêmeas siamesas que nasceram em Goiânia passaram a receber alimentação líquida através de uma sonda. Elas foram separadas e estão internadas em estado gravíssimo. Uma delas precisa realizar uma cirurgia em caráter de urgência no coração, contudo ainda não existe estimativa de quando ela possa ser efetuada, uma vez que ela ainda se recuperar do processo de separação.
As bebês, que receberam o nome de Débora e Catarina, respectivamente, nasceram no dia 22 de Agosto no Hospital Materno Infantil. Elas eram unidas através do tórax e abdômen, compartilhando entre si o fígado. No dia posterior, elas fizeram a cirurgia de separação, em caráter de urgência. Atualmente, elas respiram com o auxílio de aparelhos porém apresentam um quadro estável.
Até o presente instante, a alimentação era realizada via veia das garotinhas. Contudo, depois de mais uma avaliação por parte da equipe médica, foi implantada uma sonda que encaminha a alimentação líquida ao estômago das gêmeas siamesas.
A mãe das duas meninas, Viviane de Menezes dos Santos, de 30 anos de idade, que se deslocou da Bahia para fazer o parto das meninas em Goiânia, que se constitui em uma verdadeira referência quando o assunto é parto de siameses, já recebeu alta médica. Ela possui livre acesso à UTI, porém o contato físico é bastante limitado, porque as gêmeas ainda estão se recuperando da cirurgia de separação.
Débora, a irmã gêmea maior, nasceu com uma malformação no coração que foi responsável por causar dois problemas. O primeiro desses problemas é a transposição das grandes artérias, quando a aorta, responsável por levar o sangue oxigenado, está conectada ao ventrículo direito, que recebe o sangue venoso.
O segundo problema, por sua vez, nada mais é do que uma ligação entre as câmaras do coração, que faz com que os sangue oxigenados se misturem com o sangue venoso.
“Contudo é essa comunicação que a mantém viva, porque o sangue consegue se misturar e ser oxigenado. Porque senão o sangue estaria indo para o local errado”, elucidou o cirurgião cardiovascular Wilson Silveira, que acompanha as gêmeas siamesas desde o processo de separação.
O médico afirmou que o procedimento é bastante complexo, apresentando uma taxa de mortalidade situada entre 5% e 30%, e, em bebês saudáveis, é recomendado que seja efetuado em até dois meses depois do nascimento.
“Mas no caso dela, ainda não é possível saber quando vai ser possível fazer a operação, porque a cirurgia de separação é muito grande, ela ainda está se recuperando”, declarou o médico
Essa cardiopatia atrapalha imensamente a recuperação de Débora, porque os tecidos do corpo não recebem a oxigenação apropriada. A equipe médica acompanha o cenário para determinar qual será o melhor tratamento enquanto ela ainda não é capaz de realizar a cirurgia para corrigir a referida malformação. Caso seja realmente necessário, pode ser feita uma cirurgia até mesmo para ampliar ainda mais a comunicação entre as câmaras na tentativa de aprimorar a oxigenação do sangue.
O caso das siamesas foi bastante divulgado na imprensa, além de ter causado uma enorme comoção nas redes sociais.