(Por The Guardian) Um avião militar russo portando 15 pessoas a bordo foi derrubado involuntariamente pelas defesas antiaéreas do exército sírio aliadas que estavam naquele momento atacando os jatos de Israel, de acordo com o Ministério da Defesa da Rússia.
O ministério atribuiu a culpa às “ações irresponsáveis” de Israel pelo ocorrido, falando que os pilotos israelenses utilizaram propositadamente a aeronave como um “escudo” contra mísseis sírios em uma “alfinetada arbitrária”. Israel declarou que suas aeronaves não se encontravam na região naquele momento.
Uma procura de oito embarcações pelo russo Il-20, um avião de vigilância, teve seu inicio depois do contato ter sido perdido por volta de 20 milhas da costa da Síria em torno das 23h (horário local) da segunda-feira, 17 de agosto. A Rússia disse que encontrou os destroços e alguns restos mortais do pessoal a bordo. Nenhum sobrevivente foi encontrado até o mesmo.
Através de um comunicado, um porta-voz militar da Rússia contou que pilotos israelenses do F-16 estavam utilizando o avião russo como escudo enquanto efetuavam ataques com mísseis contra alvos na província de Latakia, localizada na Síria, e o puseram na linha de fogo de baterias antiaéreas sírias.
“O Il-20, que tem uma superfície refletora muito maior que o F-16, foi atingido por um foguete S-200”, disse o porta-voz Igor Konashenkov. “Nós mantemos o direito a uma resposta apropriada”, emendou, sem fornecer maiores informações a respeito do fato se essa resposta poderia abrangir ação militar.
O ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, falou para uma alta autoridade israelense que Israel tem “total responsabilidade” pelo incidente e pela morte da tripulação russa, disse um porta-voz militar na terça-feira.
Durante uma conversa telefônica com seu colega de Israel Avigdor Lieberman, Shoigu disse que as ações israelenses eram entendidas como “hostis” e que Moscou havia avisado Israel mais de uma vez para eles não realizarem ataques contra a Síria que pusessem os militares russos em perigo. O embaixador de Israel em Moscou foi convocado ao Ministério das Relações Exteriores da Rússia sobre o ocorrido.
As forças armadas israelenses divulgaram um comunicado expressando seu lamento pelas mortes da tripulação e falaram que a Síria era completamente responsável. A companhia falou que seus jatos atingiram uma instalação utilizada para a fabricação de armas que crê-se que deveriam ser encaminhadas para o Hezbollah.
“Extensas e imprecisas aeronaves antiaéreas da Síria … fizeram o avião russo ser atingido e abatido”, contou o comunicado, adicionando que quando os mísseis antiaéreos foram soltados, os jatos israelenses já haviam voltado para o seu respectivo espaço aéreo.
Damasco havia enunciado que suas baterias anti-aéreas haviam disparado contra mísseis adentrando rumo a inúmeros locais na cidade costeira de Latakia.
Uma autoridade dos Estados Unidos, conversando com a Reuters sob a condição de anonimato, falou que o governo dos EUA crê que as defesas sírias podem ter abatido sem intenção a aeronave russa enquanto desferia tiros contra os novos mísseis israelenses.
A base aérea de Hmeimim, a instalação implementada pela Rússia na Síria para a qual o avião desaparecido estava voltando, está situada a sudeste da cidade de Latakia.
“Os mísseis não foram disparados pelos militares dos EUA e não temos mais nada neste momento”, declarou um porta-voz do Pentágono ao jornal inglês The Guardian. A França igualmente negou envolvimento depois da Rússia ter falado que estava planejando ataques contra alvos na Síria no instante do incidente.
Ao longo de muitos anos, Israel e a Rússia mantiveram uma linha direta especial para evitar que suas forças aéreas batessem de frente no céu sírio. Autoridades militares de Israel já elogiaram sua eficácia.