O deputado federal Cabo Daciolo, candidato à Presidência da República, filiado ao partido político Patriota, está sendo investigado pela Polícia Federal, suspeito de ter participado do crime de desvio de verbas públicas, após uma decisão do Supremo Tribunal Federal, de acordo com informações do jornal O Globo.
Daciolo se elegeu primeiramente pelo PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) no ano de 2014, mas posteriormente acabou sendo expulso do partido.
O referido militar é suspeito de desviar dinheiro da sua cota de exercício da atividade parlamentar (mais conhecida como verba indenizatória) por intermédio de uma empresa contratada.
Segundo um documento publicado pelo STF, o militar Benevenuto Daciolo Fonseca dos Santos, conhecido como cabo Daciolo, está sendo acusado de usar a empresa Swell Home Office Consultoria em Informação e Tecnologia Ltda., para a lavagem de dinheiro, um valor de R$227,5 mil, no período situado entre fevereiro de 2015 a junho de 2016.
A companhia é propriedade da mulher do sargento Cláudio Vinícius, integrante do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro. De acordo com uma denúncia do ex-assessor do deputado em questão, o tenente Júnior Peixoto, Daciolo efetuava o controle de um esquema de distribuição de cota salarial para a Associação dos Bombeiros Militares do Rio de Janeiro e o Movimento SOS Bombeiros.
Apesar de ainda estarem em vigor, as investigações do Ministério Público indicam que suspeita-se fortemente que os serviços de informática para os quais a empresa havia sido contratada não tenham sido prestados de fato.
Em respostas direcionadas à Promotoria, o cabo Daciolo negou quaisquer irregularidades e alegou que as acusações se deviam a intrigas por parte de seus “opositores políticos”.
Conforme descoberto pela apuração, a empresa não possuía empregados registrados na época em que Daciolo a pagou. Outro aspecto que chamou a atenção dos investigadores foi o endereço dessa companhia: uma área residencial.
O prazo para a finalização do inquérito a respeito do caso terminou no mês de junho, porém o Supremo Tribunal Federal concedeu mais dois meses para o encerramento das investigações.
Ao ser procurado pela reportagem de O Globo, o gabinete do deputado falou que a assessoria de imprensa do candidato é realizada por sua esposa. Cristiane Daciolo, esposa de Cabo Daciolo, não atendeu aos telefonemas e não respondeu a mensagens deixadas pela reportagem.
O militar foi um candidatos à Presidência da República presentes no primeiro debate eleitoral televisivo entre os presidenciáveis. As declarações de cunho religioso e as perguntas inusitadas do mesmo aos colegas candidatos acabaram chamando a atenção de todos.
Uma das questões que obteve uma enorme repercussão foi direcionada a Ciro Gomes (PDT). Cabo Daciolo questionou a Ciro a respeito da União das Repúblicas Socialistas da América Latina (Ursal) e mencionou um suposto e conspiratório plano da esquerda de transformar toda a região em uma “única nação”, uma pátria grande, tendo o socialismo/comunismo como sistema. Daciolo disse ainda que no governo dele “o comunismo não vai ter vez”.
Ciro Gomes atestou que desconhecia o plano e que sequer sabia o que era isso, além de tampouco ter participado da fundação do Foro de São Paulo, outra coisa a qual Daciolo acusou Ciro.