Ao longo de quase 50 fases da Operação Lava Jato, o juiz federal Sérgio Moro não havia negado nenhum processo de primeira instância da operação. Mas nesta última segunda-feira, dia 11 de junho, Moro acabou recusando um dos processos da 48ª fase, que está ligado a uma das concessionárias de pedágio do Paraná.
Moro alegou que está sobrecarregado de tarefas e que a operação chamada de Integração, na qual apura o pagamento de propinas a agentes públicos por parte da concessionária de pedágio no PR, apesar de possuir conexões, não conta (pelo menos até o momento não) com qualquer ligação ao Setor de Operações Estruturadas do Grupo Odebrecht ou com a Petrobras, o que acabaria tirando o foco da operação.
Os advogados dos suspeitos chegaram a pedir que o processo fosse retirado da competência de Moro, porém na época o Ministério Público, indeferiu o pedido e fez com que o mesmo permanecesse com o juiz federal.
O processo deverá passar para outra vara criminal de Curitiba, que ainda será definida nos próximos dias.
A 48ª fase da Operação Lava Jato
No início do mês de fevereiro de 2018, 6 pessoas foram presas na Fase Integração, da Lava Jato. A fase que já chegou a 48ª edição determinou a prisão do ex-diretor geral do DER-PR (Departamento de Estradas de Rodagem no Paraná) Nelson Leal Junior e também a averiguação da sede do Governo Estadual através de um mandado de busca e apreensão.
Na ocasião a investigação foi iniciada pela Justiça Federal de Jacarezinho (PR) no norte do estado, porém como a ação envolvia lavagem de dinheiro, a vara determinou o encaminhamento para uma outra vara mais especializada no assunto, indo para Curitiba.
Após o processo chegar na Vara Federal de Curitiba, as investigações definiram a prática do crime de lavagem de dinheiro, que resultou mais tarde na prisão dos seis envolvidos. Mas ela só foi aceita pois Moro havia notado pontos de conexão com o que já havia sido revelado na Operação Lava Jato, como a participação de nomes já investigados em outras ocasiões como Rodrigo Tacla Duran e Adir Assad.
Porém como os crimes não possuem relação com os contratos de corrupção da Petrobras ou qualquer ligação com o o Setor de Operações da Odebrecht, moro sugeriu redistribuir a ação penal.
Mas a ação está bem adiantada e não trará grandes dificuldades para a vara que a assumi-la daqui pra frente.
Na argumentação do repasse do processo da 48ª fase da Lava Jato, Moro citou que está sobrecarregado com crimes relacionados a contratos da Petrobras e da Odebrecht, onde além de ser uma quantidade elevada de casos, eles são bem complexos, o que gera uma dificuldade natural no processamento de todas as evidências para que sejam definidas as formas de punições.
Presos da 48ª operação da Lava Jato
Na ocasião foram presos os seguintes suspeitos:
- Nelson Leal Júnior (diretor geral do DER-PR)
- Sandro Antônio de Lima (funcionário da Econorte)
- Wellington de Melo Volpato (sócio da Eco Sul Brasil Construtora)
- Leonardo Guerra (administrador empresa Rio Tibagi)
- Helio Ogama (diretor presidente da Triunfo Econorte)
- Oscar Alberto Gayer da Silva (ex funcionário do DER-PR)
E por conta de ser o responsável pelo julgamento em primeira instância, Sérgio Moro determinou o bloqueio de R$ 20 milhões de todos os investigados.