A Justiça Federal do Estado de Minas Gerais autorizou, na terça-feira, dia 18 de setembro de 2018, que Adelio Bispo de Oliveira, 40 anos de idade, que deu uma facada no candidato à presidência Jair Bolsonaro (PSL) no último dia 6, passasse por uma exame feito por um psiquiatra para atestar a sua sanidade mental ou não, na cidade de Juiz de Fora (MG). Adelio Oliveira está preso em um presídio federal localizado em Campo Grande (MS).
De acordo com o juiz federal Bruno Souza Savino, da 3ª Vara Federal de Juiz de Fora, o exame psiquiátrico vai servir de subsídio para a sua tomada de decisão a respeito de autorizar ou não a instauração de um incidente de insanidade mental, solicitado pela defesa.
No seu requerimento, os advogados pediram que a Justiça instaurasse o incidente de insanidade, efetuando-se assim a suspensão do processo por um período de 45 dias e adotando um médico psiquiatra recomendado pela defesa como sendo assistente técnico.
O Ministério Público Federal não anuiu com a solicitação, e o juiz o negou, declarando que não existia “nenhum documento que apontasse o efetivo comprometimento da capacidade do investigado em entender o ilícito”. Na opinião do magistrado, os indícios até aquele instante comprovavam higidez mental.
O juiz, entretanto, concedeu aos advogados a oportunidade de contratarem um médico particular para que Adelio de Oliveira fosse examinado e, pautando-se no exame, pedir de novo o incidente. Tal ação será efetuada a partir da decisão desta segunda-feira.
O advogado de Adelio Bispo de Oliveira, Zanone Oliveira Jr., falou que vai visitar o cliente em Campo Grande ainda nesta semana e levará com ele o médico psiquiatra.
Na segunda-feira, 17 de setembro, investigadores da Polícia Federal colheram um novo depoimento do agressor. A Polícia Federal analisa dados de Adélio Bispo Oliveira a fim de descobrir se ele agiu sozinho ou se houve o envolvimento de outra pessoa.
A defesa de Adélio Bispo de Oliveira também informou à Justiça Federal que existe o interesse de um programa de televisão em fazer uma entrevista com o agressor, completando ainda que não faz objeção a isso.
O juiz Savino disse que, se as partes interessadas não se posição contrárias a esse ato, não há porquê que ele deixe de permitir o contato do investigado com a imprensa.
O magistrado decidiu, todavia, que a autorização está nas mãos da direção do presídio federal de Campo Grande e do Juízo Federal Corregedor da penitenciária, dado que a realização da entrevista mexe com a rotina e a segurança da unidade prisional.
Adélio Bispo de Oliveira deu uma facada no presidenciável Jair Bolsonaro durante um ato de campanha do deputado federal no centro da cidade de Juiz de Fora, no dia 6 de setembro. Ele foi preso em flagrante e confessou o crime. Através de depoimento, o agressor falou que agiu sozinho, “a mando de Deus”.
Contudo, a Polícia Federal vai instaurar um inquérito para poder investigar se há coautoria e se o agressor recebeu alguma modalidade de pagamento, pautando-se na apreensão de um cartão de crédito internacional, dois cartões de débito e extratos bancários encontrados no quarto da pensão alugado por Adélio em Juiz de Fora.
O deputado do PSL continua em recuperação. Ele está internado no Hospital Alberto Einstein, em São Paulo