A senadora e presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, será julgada em uma ação penal na qual irá decidir se ela e o ex ministro Paulo Bernardo, serão condenados ou absolvidos das acusações na Operação Lava Jato. O julgamento que estava pendente de aprovação, foi liberado pelo Ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta última sexta-feira, dia 08 de junho.
O julgamento que será realizado pela Segunda Turma, que contará ao revisor Celso de Mello, ainda não tem uma data definida, mas o anuncio poderá ser feito já na próxima semana por Ricardo Lewandoski, atual ministro presidente da Turma.
No mesmo caso também será julgado o empresário Ernesto Kugler Rodrigues que foi apontado como envolvido pela Operação.
No relatório, os três teriam agido de forma consciente, ao solicitarem um desvio de um milhão de reais de um esquema de corrupção na Petrobras. Segundo a apuração do MP, o dinheiro havia sido entregue como forma de apoio a campanha eleitoral de Gleisi como Governadora, dividido em quatro parcelas de 250 mil reais cada.
O dinheiro de campanha proveniente do esquema de corrupção segundo a Procuradoria Geral da República (PGR) havia sido transferido através de algumas empresas de fachada do doleiro Alberto Youssef. Essas empresas eram contratadas pela Petrobras, ligadas a Ernesto.
Ainda segundo a PGR os recursos haviam sido liberados pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa, responsável pela área de abastecimento. A PGR informou que a intenção de Costa era se manter no cargo de diretor com o apoio político da senadora Gleisi Hoffmann.
Como está composto a Segunda Turma do STF?
Atualmente quem irá compor a Turma para os julgamentos de junho são os ministros Celso de Mello, Ricardo Lewandowski, Luiz Edson Fachin, Dias Toffoli e Gilmar Mendes.
Neste caso, Fachin havia liberado a ação para uma revisão no último mês de fevereiro. Com a autorização do julgamento pelo STF, o mesmo pode ocorrer ainda em junho, pois diversas datas do calendário da Turma não estão preenchidas.
A Segunda Turma no último mês de maio condenou o primeiro político com foro privilegiado, como é o caso de Gleisi, na Lava Jato. O deputado (PP-PR) Nelson Meurer foi condenado a uma pena de 13 anos e 8 meses de prisão por lavagem de dinheiro e corrupção passiva.
O que diz a defesa da senadora Gleisi Hoffmann?
As defesas de Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo negam qualquer envolvimento de seus clientes com os esquemas. De um lado a defesa da senadora aponta que há diversas divergências entre as declarações nas delações premiadas do doleiro Alberto Youssef e de Paulo Roberto. Os principais embates estão com relação a como o dinheiro teria chego até as contas da campanha.
Já a defesa do ex-ministro Paulo Bernardo alegou que a interferência dele para manter Paulo Roberto no cargo de diretor da Petrobras não foi comprovada.
Ambas rebatem todas as acusações e buscam provas para que a Segunda Turma não venha a julgar o caso procedente, assim como foi no caso do deputado do Paraná, Nelson Meurer.