(G1) Pelo menos 3 pessoas foram mortas nessa quarta-feira, dia 1 de agosto, na cidade de Harare, a capital do Zimbábue, em uma onda de protestos contra uma suposta interferência nos resultados das eleições ocorridas na segunda-feira. Essas são as informações concedidas pela ZBC, emissora de TV pública desse país. O canal, contudo, não passou maiores detalhes a respeito das mortes.
Os protestos tiveram início após o anúncio da vitória do partido do governo, do atual presidente, Emmerson Mnangagwa, nas eleições legislativas. A revolta agravou pois, de acordo com a rede britânica BBC, não ocorreu o anúncio do resultado da eleição para presidente — ambas as votações aconteceram no mesmo dia.
O candidato do partido da oposição, Movimento pela Mudança Democrática (MDC, na sigla em inglês), Nelson Chamisa, então, se auto declarou como sendo o vencedor da disputa pela presidência. Ele assegurou que a comissão eleitoral do país não realizada a publicação de resultados porque está elaborando “resultados falsos”.
Partidários de Chamisa, desse modo, ocuparam as ruas de Harare e sofreram uma dura repressão armada, conforme foi relatado por jornalistas de agências internacionais que estão no Zimbábue.
Em réplica, o presidente do Zimbábue, Emmerson Mnangagwa, acusou a oposição e os respectivos aliados da mesma por toda a violência. Ele alegou pela imprensa estatal que os opositores, liderados por Chamisa, são os encarregados pelo caos fabricado especialmente para causar empecilhos ao processo eleitoral.
O início de tudo
Os eleitores do Zimbábue se dirigiram paras as urnas pela primeira vez desde que Mugabe saiu do poder. Na disputa eleitoral, estavam em jogo não somente a eleição legislativa mas também a presidencial. O resultado da primeira foi liberado nesta quarta-feira: o partido de Mnangagwa, o Zanu-PF, que governa o país desde a década de 1980, obteve 100% dos deputados.
Todavia, o resultado da eleição presidencial ainda não teve uma divulgação oficial. O canal ZEC salientou que os números finais podem ser divulgados somente na próxima sexta-feira ou então no sábado, o que indignou completamente o MDC.
Desse modo, na terça-feira, o MDC reivindicou a vitória presidencial nas urnas, ainda que o resultado oficial não tenha saído.
“Recebemos os resultados de nossos colaboradores . Os resultados evidencial, para além de qualquer dúvida plausível, que saímos vitoriosos nas eleições e que o próximo presidente do Zimbábue será Nelson Chamisa”, disse um dos principais líderes do MDC, Tendai Biti, que fez referência ao candidato do partido.
O presidente Mnangagwa, por sua vez, sequioso por uma reeleição, demonstrou estar confiante na vitória: “As informações apresentadas por meus representantes são bastante positivas”, disse Mnangagwa.
O conflito entre as duas principais forças do poder no Zimbábue, foi além do plano político com a repressão armada aos manifestantes protestaram nas ruas de Harare. Houve confronto entre os manifestantes e a polícia, devidamente armada e também equipada com canhões de água. Um contingente reduzido de manifestantes atiraram pedras nos policiais, que, no começo, retaliaram jogando gás lacrimogêneo neles.
Estas foram as primeiras eleições nas últimas 4 décadas no Zimbábue, que contava com a presença do ex-presidente Mugabe. Mugabe foi forçado pelo Exército e por seu próprio partido a renunciar, depois de ter passado 37 anos governando.