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Exportação de cocaína em containers contava com pagamento em Bitcoins

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Um dos primeiros casos de tráfico internacional de drogas com saídas no Brasil, que era negociado através de Bitcoins, foi descoberto nesta segunda feira 09 de julho.

Para despistar as autoridades, a quadrilha especializada no tráfico de cocaína para a Europa, utilizava contêineres para fazer o transporte e realizava as negociações em criptomoedas, mais especificamente a Bitcoin. Quem explica o caso é o chefe da delegacia de Repressão às Drogas da Polícia Federal, Carlos Eduardo Thome.

Ele citou em discurso sobre a operação, que os traficantes utilizavam a moeda para receber os valores na Europa. Esta prática era uma forma que eles encontraram para despistar o controle das movimentações financeiras.

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Nesta segunda feira, até as 11h, 12 dos 15 mandados de prisão emitidos foram cumpridos pela Polícia Federal.

Quem estava a frente das negociações e como o transporte era feito?

Os principais cabeças da quadrilha eram empresários que realizavam a intermediação da compra das drogas no Brasil e também no exterior. A PF informou que a quadrilha escolhia contêineres que não chamavam tanto a atenção, por conta da carga e também do seu destino. A “contaminação” como eles relatam, onde eram introduzidas as drogas nos contêineres era realizada no Porto do Rio. O lacre do contêiner era rompido, a droga escondida e então era novamente fechado com um novo lacre.

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Outra opção de transporte das drogas, mas que ainda sim eram feitos por contêineres, era através de exportadoras de fachada. Empresas de materiais de construção eram abertas e realizavam o despacho da cocaína para outros continentes.

Operação Antigoon

Aproximadamente 100 agentes da Polícia Federal realizaram na madrugada desta segunda feira a Operação Antigoon, que tem por objetivo prender os cabeças do tráfico internacional de drogas no país. Nesta operação a quadrilha presa era especializada em enviar cocaína para a Europa, Oriente Médio e África através de contêineres em navios comerciais de carga.

Foram expedidos 15 mandados de prisão e foram realizadas 6 buscas e apreensão. Dentre os presos estão dois empresários que possuem amplo conhecimento sobre exportação de mercadorias, motoristas, agentes marítimos, despachantes aduaneiros, funcionários dos terminais portuários, entre outros.

Quem estava a frente das negociações ostentam um estilo de vida de luxo, com casas em áreas nobres de São Paulo e do Rio de Janeiro.

Período de investigações

Toda a investigação estava sendo feita a um ano. O trabalho estava sendo realizado em conjunto com a Receita Federal. Durante este tempo, foram apreendidos mais de quatro toneladas de cocaína em portos de São Paulo (Santos), Vitória, Rio de Janeiro, Salvador e Suape no estado do Pernambuco. Um dos últimos flagrantes foi feito no Porto do Rio, em março deste ano.

A Polícia Federal estima que o valor das apreensões realizadas nos últimos meses, ultrapassou os 160 milhões de euros. Porém o valor final, já com o preço de revenda incluso, seria de aproximadamente um bilhão de reais.

Segundo o Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência (EMCDDA), este mercado de drogas na Europa movimenta mais de 6 bilhões de euros por ano.

Ao que se sabe os traficantes brasileiros acabam realizando parcerias com organizações internacionais para “ajudar” no transporte e distribuição das drogas pelo mundo.