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Estados Unidos extraditam um ex-guarda de campo de concentração para a Alemanha

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As autoridades estadunidenses deportaram hoje de manhã, dia 21 de agosto, uma terça-feira, o ex-guarda de um campo de concentração, chamado Jakiw Palij, de 95 anos de idade. Ele se constitui no último criminoso de guerra que sofreu investigação dos EUA.

De acordo com informações do jornal “Frankfurter Allgemeinen Zeitung”, Jakiw Palij chegou em um aeroporto da cidade de Düsseldorf, a partir de onde foi encaminhado para um asilo de pessoas da terceira idade. A imprensa da Alemanha acredita que é bastante improvável que ele encare um processo judicial no país.

Jakiw Palij morou por várias décadas nos Estados Unidos, a priori como um desenhista, posteriormente se tornou um aposentado, até que, 25 anos atrás, foi efetuada uma investigação que pela primeira vez na vida dele o questionou sobre o seu papel no contexto da Segunda Guerra Mundial.

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No ano de 1993, no momento em que os investigadores do Departamento de Justiça foram até a casa dele em Nova York, ele resolveu então assumir que adentro nos EUA valendo-se de uma inverdade: a de que atravessou os anos da guerra atuando como agricultor e também como um operário em uma fábrica.

“Eu nunca teria recebido um visto se tivesse contado a verdade. Todo mundo mentiu”, falou para os oficiais na época a respeito de sua chegada nos Estados Unidos.

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A sua presença em território estadunidense foi informada através de uma denúncia feita por um antigo colega que igualmente atuou em um campo de concentração, depois de investigadores norte-americanos acharem o seu nome em uma antiga escala de serviço nazista.

Ele nasceu em 1923 em uma região que naquele período fazia parte do leste da Polônia e atualmente integra a Ucrânia. Jakiw Palij entrou nos Estados Unidos em 1949, através de Boston. Passados alguns anos, obteve a cidadania americana.

Sua cidadania foi revogada no ano de 2003 por um juiz dos EUA, sob o argumento de que ele havia participado “em atos contra civis judeus” como guarda do campo de concentração nazista de Trawniki, na Polônia ocupada.

Foi justamente no campo de Trawniki que no dia 3 de novembro de 1943 que cerca de 6 mil homens e crianças judias foram mortos na base de tiros, naquele que foi um dos massacres mais sangrentos do Holocausto.

Contudo, a Polônia, a Alemanha e também a Ucrânia se negaram a recebê-lo e, por esse motivo, ele permaneceu vivendo sossegadamente, em um verdadeiro imbróglio, na sua residência situada no bairro do Queens, com a companhia de sua mulher, de nome Maria, que possui 86 anos de idade.

Sua presença no local causou uma enorme revolta entre os membros da comunidade judaica e serviu como um imã para inúmeras manifestações de decorrer dos anos na frente de sua residência.

Na realidade, desde o ano de 2005, por volta de 8 colaboradores nazistas que estavam com ordem de deportação faleceram nos Estados Unidos, depois de sofrerem rejeição pela Alemanha e seus respectivos países de origem.

A Justiça da Alemanha justifica dizendo que apenas aceita ex-criminosos nazistas que tenham ou já tenham tido cidadania alemã ou que estejam atravessando algum tipo de protesto no país. Sua deportação acontece depois de semanas de negociações de cunho diplomático, transformadas em uma prioridade pelo presidente norte-americano Donald Trump.