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Coronavírus ataca coração e inflama músculo, dizem estudos

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Nesta segunda-feira (27), a revista científica Jama Cardiology publicou duas pesquisas sobre os efeitos e sequelas do coronavírus nos tecidos do coração.

Um dos estudos aponta presença do vírus no miocárdio em 60% dos casos, com base em autópsias em 39 pacientes falecidos.

O outro estudo indica que, de 100 pacientes recuperados da Covid-19, 78% apresentaram uma inflamação muscular, detectada por ressonância magnética, já passadas semanas da recuperação.

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Ambas as pesquisas enfatizam a importância de um acompanhamento cardiológico especializado tanto durante quanto após as infecções pelo novo coronavírus.

A revista responsável pela publicação das pesquisas, especializada em cardiologia, destacou que é essencial que sejam feitas mais pesquisas ao redor do mundo quanto aos efeitos da Covid-19 no sistema cardiovascular.

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Fala o especialista brasileiro

De acordo com Roberto Kalil, médico cardiologista que atualmente preside o Instituto do Coração em São Paulo, disse que diversas doenças virais costumam atacar o coração, provocando miocardite, isto é, inflamação do órgão.

Contudo o especialista alertou que o coronavírus atinge o sistema cardiovascular com mais intensidade e frequência, por vezes deixando até mesmo sequelas nas vítimas.

Kalil, ainda, salientou os resultados do segundo estudo: após mais de dois meses da infecção, 78% dos pacientes ainda apresentavam miocardite.

“As complicações cardiovasculares precisam ser vistas com atenção”, disse o médico. “O vírus pode afetar qualquer estrutura do coração causando inflamação e trombose nos vasos e tecidos”.

Sobre o resultado dos estudos, Kalil bateu na tecla da possibilidade de sequelas nos músculos cardiovasculares.

“Os autores mostraram claramente que há comprometimento do músculo do coração, e que pode ser persistente semanas após a recuperação”, acrescentou.

Além disso, Kalil esclareceu que há uma chance nada desprezível de desenvolvimento de insuficiência cardíaca nos pacientes em escala de longo prazo.

Para ele, chama atenção o intervalo de dois meses após a infecção em que a inflamação do músculo do coração persiste, podendo enfraquecer e desencadear um quadro de insuficiência cardíaca.

Pesquisadora fala à imprensa

 Valentina Puntmann, principal autora do segundo estudo, destacou que alguns pacientes podem ser gravemente afetados pela ação do coronavírus.

A pesquisa alemã, contudo, reconheceu que faltam mais estudos para apurar a existência de evidências diretas de conexão entre a Covid-19 e enfraquecimento do coração de pacientes recuperados