Acusado por cometer um dos crimes mais nefastos da história do Espírito Santo, o ex-pastor Georgeval Alves Gonçalves recebeu R$ 1.800 do auxílio emergencial do governo federal, mesmo cumprindo pena em penitenciária de Viana.
Nos termos da acusação, ele foi preso por homicídio duplamente qualificado, estupro de vulnerável e tortura contra seu filho de três anos e seu enteado de seis anos. O caso de 2018, que chocou o Brasil, passou-se em Linhares.
Dinheiro ao pastor
De acordo com dados do Dataprev, empresa pública responsável pela gestão da Base de Dados Sociais Brasileira, vinculada ao INSS, Georgeval, conhecido à época como George Alves, recebeu o valor correspondente a três parcelas do benefício.
A quantia se encontra disponível em sua conta, ainda pendendo as duas outras parcelas do programa a serem pagas nas próximas semanas. Não se pode confirmar se o dinheiro chegou ou não a ser sacado.
Por estar inscrito no Cadastro Único (CadÚnico), isto é, o cadastro do governo federal relativo às famílias em situação de vulnerabilidade, Georgeval não precisou baixar o app Caixa Tem nem se registrar para receber o benefício.
Conforme as regras do pagamento do auxílio, todos os integrantes do CadÚnico recebem o recurso automaticamente, sem necessidade de maiores burocracias, contanto que atendam os requisitos mínimos.
Torneira furada
Por diversas falhas no sistema de pagamento do governo, foram realizados pagamentos para pessoas que não se enquadram nas condições para o recebimento.
O benefício é voltado para aqueles em situação de pobreza durante a pandemia de coronavírus, de modo a enfrentar os efeitos econômicos do vírus. Sacar o dinheiro sem cumprir os requisitos equivale a fraudar o governo.
No caso de Georgeval, por estar cumprindo pena em regime fechado, o benefício não poderia ter sido depositado em sua conta. Contudo, por falta de cruzamento de dados, o sistema está sujeito a erros desse tipo.
O Ministério da Cidadania, contudo, informou em nota que está correndo atrás do prejuízo.
“Até o momento, o Governo Federal recuperou R$ 83,6 milhões pagos a pessoas que não se enquadravam nos critérios para recebimento dos benefícios”, afirmou