Uma notícia boa para o setor público, onde apesar de ter sido negativo, o rombo nas contas públicas de todo o Brasil, termina com um saldo semestral menor do que nos últimos três anos.
As contas do consolidado abrangem os resultados do governo federal, estados, municípios e também as empresas estatais, aquelas que pertencem ao governo. O déficit primário para todas estas contas chegou a 14,424 bilhões de reais neste primeiro semestre de 2018, algo que equivale a 0,43% de todo o PIB brasileiro.
As informações foram confirmadas pelo Banco Central hoje, dia 30 de julho (segunda-feira).
Mas o que significa esse rombo menor?
Os valores anunciados significam que nos 6 meses deste ano de 2018, todas as despesas superaram a soma das receitas de contribuições e impostos.
Quando falamos em “rombo” sabemos que os valores terminaram negativos, mas a comemoração é que um resultado como este não era alcançado desde o último ano de 2015.
Em 2015 o superávit primário chegou a R$ 16,223 bilhões, algo que em 2017 as contas públicas chegaram a um déficit de mais de 35 bilhões de reais. A comemoração é porque neste primeiro semestre o déficit primário chegou a R$ 28,718 bilhões, aproximadamente 0,86% do PIB. O rombo nas empresas estatais chegaram a 1,080 bilhão.
Porém a arrecadação de R$ 13,214 bilhões nos estados e municípios, algo em torno de 0,39% do PIB, acabou diminuindo os resultados negativos para este primeiro semestre.
A conta total porém não inclui o pagamento dos juros da atual dívida pública brasileira.
Resultados melhores
Os resultados deste 1º semestre dão um animo a mais ao setor público, que precisa atingir a sua meta fiscal. O rombo este ano está previsto para ser de até R$ 161,3 bilhões, sem a inclusão dos gastos dos juros da dívida pública.
Neste último mês, o déficit primário foi de 13,491 bilhões de reais, um resultado que só havia sido menor no ano de 2016, quando o rombo chegou a R$ 10,061 bilhões no mês de junho.
Dividas e mais dívidas
Atualmente a dívida líquida dos governos, estados, municípios e empresas que pertencem ao governo, subiu de 3,416 trilhões em maio, representando 51,3% do PIB, para em junho um patamar de 3,440 trilhões de reais, representando 51,4% do Produto Interno Bruto. Neste caso ela considera apenas os ativos do país.
Já a dívida bruta do setor público, que exclui os ativos dos países, como o caso das reservas cambiais, o rombo no Brasil chegou a 5,165 trilhões de reais e junho, representando 77,2% do PIB. No último mês de maio os valores eram de 5,133 trilhões de reais, representando 77,1% de todo o Produto Interno Bruto.
A porcentagem da dívida assusta, pois segundo o Fundo Monetário Internacional, outros países em desenvolvimento estão com dívida bruta de aproximadamente 50% de todo o PIB. Porém as agências de classificação de risco, indicam que uma dívida bruta de 80% é considerado “normal” para países em desenvolvimento.
O acompanhamento das agências de risco
Mas os números brasileiros são acompanhados de perto pelas agências internacionais de risco. Pois quando o pagamento dos juros da dívida pública é incorporado na conta do governo, os valores chegam a um déficit de 57,941 bilhões de reais. No último ano o resultado negativo soma 487,041 bilhões de reais, representando 7,28% de todo o PIB.
Esses valores em dívidas, são considerados pelas agências como altos, tanto para os padrões internacionais, como também para as economias emergentes. Assim elas vem acompanhando com cautela os números brasileiros, para definir a nota no país. Isso pode trazer mais ou menos investidores, dependendo da classificação.
Os valores das contas sofrem um grande impacto dos juros básico, a taxa Selic, esta que foi recentemente fixada pelo Banco Central em 6,5%, a menor da história, com a finalidade de conter o fantasma da inflação.