Uma parceria entre as gigantes da aviação Embraer e Boeing foi concretizada nesta quinta feira (05 de julho), em um anúncio oficial após meses de negociações. A empresa brasileira e a americana assinaram um acordo para a formação de uma joint venture, com atuação na área de aviação comercial da empresa brasileira.
Esta joint venture foi avaliada em US$ 4,75 bilhões e entre os pontos principais do acordo de negócios, a empresa norte americana de aeronaves irá deter 80% do novo negócio e a empresa brasileira os outros 20%.
Operações e serviços Embraer
Todas as operações e serviços de aviação comercial da empresa brasileira Embraer, uma das gigantes do mercado global, foi avaliado em US$ 4,75 bilhões, algo onde a maior fabricante de aeronaves do mundo, a Boeing, se propôs a pagar a bagatela de US$ 3,8 bilhões pelos atuais 80% de toda a operação, criando a nova joint venture.
O que é uma Joint Venture?
Este termo utilizado para definir o modelo acordado entre a Boeing e Embraer, serve quando uma nova empresa é criada a partir dos recursos de outras duas companhias. Neste caso elas se unem para a criação e dividem todos os resultados, correspondentes a porcentagem acordada, tanto em lucros como em prejuízos.
Início da parceria
Para poder ter uma noção do potencial desta joint venture criada pela Boeing e Embraer, em 2017 os resultados da área de aviação comercial da Embraer, foi responsável por 57,6% de toda a receita líquida da companhia, em um total de US$ 10,7 bilhões. A receita líquida da brasileira fechou o ano em US$ 18,7 bilhões.
Mas apesar do acordo ter sido fechado agora na metade de 2018, a parceria só fará parte dos resultados financeiros da Boeing por ação, a partir de 2020. Estima-se de que a sinergia anual de custos, será de US$ 150 milhões, não considerando os impostos até o terceiro ano de operação.
A formação da joint venture contempla os negócios e serviços de aviação comercial (Embraer), com as operações de desenvolvimento comercial, marketing, serviços de suporte e produção da Boeing.
Assim que toda a transação e início das operações forem consumadas, a joint venture na aviação comercial terá uma equipe de executivos, que será liderada e contará com uma sede a partir do Brasil. Nesta “base” de operações, deverá estar presente um CEO e um presidente da nova empresa. Foi informado que a Boeing terá o controle operacional e de gestão da parceria. Todos os assuntos deverão responder diretamente a A Boeing terá o controle operacional e de gestão da nova empresa, que deverá responder diretamente a Dennis Muilenburg, Diretor executivo da Boeing.
Aviação militar
As empresas já contam com outras parcerias, mas após a nova joint, elas já anunciaram que pretendem criar um outro novo negócio para os mercados e aplicações em produtos para serviços de defesa. As oportunidades que serão identificadas em conjunto, são especialmente para o avião multi missão KC-390, uma aeronave de transporte tático/logístico e reabastecimento em voo.
O vice-presidente executivo da Embraer, Nelson Salgado, informou que os investimentos conjuntos devem gerar uma comercialização global do KC-390. Outros acordos em série, específicos na área de pesquisa e desenvolvimento, engenharia, cadeia de suprimentos e outros, irá gerar ainda mais competitividade de ambas empresas no mercado internacional.
A parceria vem desde 2015, quando foi construido um centro de pesquisas conjunto em São José dos Campos SP, cujo tema principal é sobre biocombustíveis.
Modelos de negócio da Embraer serão mantidos
Não era o foco da pauta, mas a Embraer resolveu também esclarecer através de um comunicado a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que o restante das operações efetuadas pela companhia, nos modelos atuais de negócios relacionados a jatos executivos e de defesa, serão mantidos pela empresa e que não sofrem alterações pela parceria.