O contexto social, político e econômico externo e o intricado e imprevisível cenário político atual nessas eleições no Brasil, ainda mais com a crise na Argentina se agravando cada vez mais, o câmbio por aqui está agitado e absurdamente tenso.
Após ter subido vertiginosamente no período da manhã, alcançando o patamar de R$4,21, o dólar perdeu um pouco de sua força, esboçando uma reação perante uma intervenção realizada pelo Banco Central.
Quando era 14h08min, a moeda estadunidense se elevou em 0,86%, atingindo a marca de R$4,1529. Na máxima do dia, alcançou o valor de R$4,2144. Na mínima do dia, ficou a R$4,1195.
Nesses degraus, o dólar vislumbra a maior cotação de fechamento de toda a história em relação ao real. A maior que havia sido registrada até então, mais especificamente no dia 21 de janeiro de 2016, foi quando a moeda norte-americana findou o dia em R$4,1631.
No intradia, contudo, esse valor já chegou a ser maior ainda: o dólar chegou a ficar na casa dos R$4,2484 no dia 24 de setembro de 2015, porém teve uma recuada e encerrou abaixo de R$4.
Na véspera, o dólar teve uma queda de 0,54% a R$4,1176 depois de chegar perto da máxima de fechamento histórica no início do pregão.
Medidas do Banco Central
A subida do dólar perdeu força no começo da tarde, após o Banco Central ter emitido um anúncio falando que iria fazer uma intervenção extra no câmbio, além daquelas que já estavam provisionadas. O Banco Central realizará uma espécie de leilão a fim de oferecer US$1,5 bilhão no formato de contratos de “swaps cambiais”. Swaps cambiais são, a grosso modo, uma espécie de venda de moeda em um mercado futuro.
Através de um comunicado, a autoridade competente avisou que essa medidas interventivas objetivam providenciar “liquidez e assegurar o ótimo funcionamento do mercado cambial e, desse modo, do regime de câmbio flutuante”.
Na quarta-feira, O Banco Central já havia avisado que efetuaria leilões de vendas de dólares com o compromisso de recompra nessa sessão, para que pudesse ocorrer a rolagem dos 2,15 bilhões de dólares que irão vencer no dia 05 de setembro.
Com essa medida, o Banco Central tira qualquer pressão extra sobre o câmbio em decorrência de dívidas a respeito desse vencimento. “Com o leilão de linha, o BC dá uma sinalização de que está observando atentamente o mercado e vai entrar caso seja necessário”, declarou para a Reuters a estrategista de câmbio do Banco Ourinvest Fernanda Consorte.
O Banco Central do Brasil também concretiza nesse pregão um leilão de até 4,3 mil swaps cambiais comuns, correspondentes à venda futura de dólares, com o objetivo de concluir a rolagem do vencimento de setembro, totalizando uma soma de 5,255 bilhões de dólares.
A cotação nacional se encaminha pelos rumos da moeda estadunidense perante as divisas de emergentes no exterior e representa a ótica do mercado após uma nova leva de pesquisa de intenção de voto. Igualmente pressiona a cotação da moeda a elevação de juros proclamada pela Argentina, país no qual a taxa de juros beirou os 60%, o que é bastante preocupante.