O atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, admitiu publicamente no domingo, dia 05 de julho, através do Twitter, que o seu filho mais velho, Donald Trump Jr reuniu-se com russos no ano de 2016, na famosa Trump Tower, na tentativa de obter informações a respeito de sua adversário nas eleições da época, Hillary Clinton. Trump disse ainda que esse tipo de coisa era “completamente legal” e uma prática “recorrente no universo da política”.
Em uma outra ocasião, Trump havia contado que a reunião em questão tratava do assunto da adoção de crianças russas por cidadãos estadunidenses. O tweet do presidente na manhã de domingo foi a declaração mais direta que ele já deu sobre os objetivos da reunião. O seu filho, por outro lado, já havia falado que a razão do controverso encontro era obter informações prejudiciais sobre Hillary.
Em um conjunto de outros posts em sua conta do Twitter, Donald Trump tinha igualmente negado relatos do “Washington Post” e também da CNN de que ele nutria algumas preocupações, pois Donald Jr. talvez estivesse com problemas legais por causa do encontro com os russos, incluindo aí até mesmo um advogado ligado ao Kremlin. Trump reiterou que não havia sido comunicado sobre essa reunião de maneira prévia.
“Fake news, uma total invenção de que eu estaria receoso com a reunião que meu incrível filho, Donald, teve na Trump Tower. Esse foi um encontro para captar informações sobre uma adversária, algo plenamente legal e realizado o tempo todo na política — e que não resultou em nada. Eu não estava sabendo disso!”, escreveu Trump.
Faz parte da rotina de campanhas políticas a procura de informações sobre concorrentes, mas não com o auxílio de representantes de um país encarado como sendo um adversário. Autoridades russas já estavam sofrendo sanções dos EUA naquele período.
O promotor especial Robert Mueller está efetuando uma investigação para descobrir se os integrantes da campanha Trump se uniram à Rússia para favorecê-lo na disputa à Casa Branca.
Uma parcela da investigação se focou na reunião em 9 de junho de 2016 na Trump Tower, na cidade de Nova York, entre Donald Jr., um conjunto de assessores de campanha e um grupo de russos.
Um e-mail cuja divulgação foi feita pelo próprio Donald Jr. evidenciou que ele tinha interesse na reunião pois a campanha de seu pai recebia então a oferta de informações com fortes possibilidades de serem prejudiciais para Hillary Clinton.
Donald Jr. revelou tempos que havia pensado que a reunião objetivava sobretudo fazer lobby contra a lei de sanções de 2012 de Magnitsky, que suscitou Moscou a negar aos cidadãos americanos o direito de adotarem órfãos oriundos da Rússia.
O presidente Trump negou várias vezes e veementemente que sua campanha eleitoral tenha trabalhado com Moscou, dizendo: “Sem conluio!” Na semana passada, todavia, ele incorporou as estratégias de seus advogados e começou a bater na tecla de que que “conluio não é um crime”.
Apesar de conluio não se configurar como uma acusação técnica legal, Mueller pode encaminhar acusações de conspiração se porventura souber que algum membro da campanha de Trump trabalhou em conjunto com a Rússia para violar leis americanas. Trabalhar com um cidadão estrangeiro com o intuito de influenciar uma eleição americana, por exemplo, pode violar inúmeras leis, conforme afirmam especialistas jurídicos.