A universidade britânica de Oxford, há dois anos atrás, em 2016, divulgou um termo, a chamada “pós-verdade” para definir o fato de se preferir a convicção em crenças pessoais e elementos de apelo emocional em detrimento dos fatos concretos e objetivos.
Isso se deu por conta da quantidade imensa de fake news – as chamadas notícias falsas – a respeito do Brexit na época e também das eleições nos Estados Unidos.
Contudo, vale a pena dizer que esse boom das fake news não ocorre apenas na Europa ou Estados Unidos, mas tem atingido em cheio o Brasil.
As fake news cresceram vertiginosamente em número e velocidade de difusão, pelos mais variados canais, como sites, blogs, redes sociais e até mesmo o WhatsApp.
Aqui no Brasil um dos casos marcantes foi o da suposta jornalista Marcela Ross. Segundo o perfil divulgado, ela teria se formado na Unip em 2007 e publicado no Notícias Brasil Online e Painel Econômico, além de sua página no Facebook. Contudo, há um detalhe crucial: essa pessoa simplesmente não existe e nada mais é do que um perfil falso criado por Hugo Dantas e Rafael Brunetti, os dois responsáveis pelos sites Notícias Brasil Online, Escapoliu e Painel Econômico.
O Movimento Brasil Livre, conhecido como MBL, é outro grande fabricador e difusor de fake news. Recentemente inclusive se envolveu em uma polêmica, por darem a entender se mostrarem favoráveis a fake news, quando se anunciou na mídia medidas para combater as fake news.
Como funcionam as fake news e de que modo identificá-las
Muitas das fake news são criadas por pessoas físicas e uma parcela grande são elaboradas pelos bots, ou seja, programas de computador que efetuam a simulação de ações humanas repetidamente e de forma padronizada.
Com esse esquema de funcionamento, podem fazer um tema ficar em alta, espalhar boatos, atacar figuras importantes e até mesmo ser utilizada com fins políticos.
Para que se espalhe essas notícias, há 3 possíveis ações diferentes: a criação de um perfil falso de uma “celebridade”, fazendo com que a mesma se torne popular, de maneira forjada; manipulação da opinião pública, que funcionaria por meio da criação e divulgação de conteúdo falso no Facebook e por fim a manipulação de uma ação que esteja acontecendo, através de sites e campanhas.
As redes sociais, como Facebook, Snapchat, Google e WhatsApp anunciaram medidas para ajudar no combate a notícias falsas. Entretanto, há algumas maneiras do próprio leitor identificar as fake news, conforme mostraremos abaixo:
- Verifique a fonte da notícia
Sempre verifique a fonte da notícia. Observe se a fonte é confiável e tem credibilidade. Desconfie de fontes sensacionalistas ou desconhecidas.
- Leia a notícia por completa e não se restrinja a chamada
É extremamente comum as pessoas só olharei as chamadas das notícias e sequer abrirem os links para lerem as mesmas e fazer uma averiguação e análise do que está sendo dito e, pior ainda, repassarem sem ler. Sempre leia todo o conteúdo.
- Tome cuidado com o endereço da página
Alguns sites repletos de má fé utilizam URLs semelhantes às grandes páginas, como G1 e outros. Cheque a URL e tenha certeza se é a mesma da página original.
- Ateste o grau de confiabilidade do autor da notícia
Certifique-se em primeiro lugar se o autor realmente existe. Depois compare se o nome usado no veículo de comunicação é seu nome de fato e ainda também se ele costuma ou não publicar fake news.
- Pesquise no Google
Sempre busque checar a informação em diferentes sites e preferencialmente sites confiáveis e oficiais. Outra boa dica é entrar no site Boatos.org e pesquisar por lá também. Este último é um site especializado na compilação e identificação de boatos espalhados em diferentes veículos de comunicação.