A Universidade da Pensilvânia, também conhecida pelo apelido carinhoso de “Penn”, decidiu retirar de seu campus a estátua de George Whitefield, um pregador evangélico do século XVIII.
O caso para remover a estátua de Whitefield, conforme a Universidade, era muito forte. A história certamente não consagrou o pregador com bons olhos.
Legado macabro
Isto porque ele foi responsável por conduzir uma campanha para permitir a manutenção da escravidão legalizada no estado da Georgia, o que se tornou um dos seus maiores legados à história dos Estados Unidos.
Prestar homenagens a uma figura deste calibre, portanto, seria inconsistente com os valores defendidos pela Universidade. Foi o que entendeu a reitoria, que entende que esses valores tem como objetivo a criação de uma comunidade de braços abertos para a inclusão e a diversidade.
Com essas considerações, autoridades da Universidade se moveram no sentido de consultar o Grupo de Iconografia do Campus, responsável pelos ícones e imagens que decoram o espaço universitário.
O objetivo é buscar o devido aconselhamento e implementação de uma nova iconografia na Universidade, com estátuas e símbolos que reflitam melhor as conquistas e a aspirações de ampliar a diversidade na comunidade de Penn.
Dois lados da moeda
Por outro lado, um artigo na sucursal estadunidense da revista britânica The Spectator afirmou que, apesar de ser verdade que George Whitefield aceitou uma doação de escravos para trabalhar em um orfanato de sua propriedade no Estado da Georgia, é igualmente vero que a sua defesa pelo tratamento justo dos afro-americanos foi à frente de seu tempo.
Com efeito, Whitefield também ficou conhecido pelas duras críticas que fazia aos proprietários de escravos que maltratavam os seus escravos e que falhavam em educá-los conforme os valores da Cristandade e do Reino de Deus.
Tem-se a notícia de que ele teria comprado mais de 5 mil acres de terra na Pensilvânia com o propósito de avançar a educação dos escravos.
Contudo, os valores cristãos de Whitefield, se foram suficientes para lhe impor uma mínima moral a condenar maus tratos extremos aos escravos, não justificam a celebração de sua figura como um herói a merecer estátuas.