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Crítica: Venom (2018)

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Filmes de heróis (ou vilões) volta e meia estão presentes nos cinemas, dado que esse é um tema que interessa muitas pessoas, sobretudo as aficionadas por cultura nerd/pop.

Quando foi anunciado que um filme sobre o vilão Venom iria ser lançado, as expectativas eram altas, afinal, a história de Venom é interessante e riquíssima, então poderia render uma bela obra cinematográfica.

No entanto, infelizmente, não foi isso o que aconteceu. Venom teria tudo para ser um filme incrível, denso e eletrizante, com uma narrativa elaborado e uma história rica. Porém é fraco, frágil e inconsistente.

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Venom, em tese é um filme de origem, ou seja, serviria para explicar a história de Venom, como ele surgiu e assim por diante. Filmes de origem costumam ter doses cavalares de explicações e uma boa densidade, mas Venom passa bem longe disso.

Resumidamente falando, a sinopse começa com Eddie Brock, um arrogante, afrontoso jornalista investigativo, que é o protótipo do “looser”. Ele é incumbido pelo chefe do jornal onde trabalha a fazer um entrevista com Carlton Drake, o fundador da empresa Fundação Vida. Contudo, acaba descobrindo alguns podres da empresa e expressa isso na entrevista.

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A partir disso, ele perde sua noiva, emprego, tudo. Descobre então que a Fundação vida está fazendo experimento com humanos. Quando resolve investigar, ele se torna vítima de um dos simbiontes,  Venom.

O começo não é de todo o mal. Inicialmente, o roteiro e sua execução e a montagem de cenas buscam costurar aquela base para fundamentar o restante da narrativa. Contudo, até a aparição completa e explícita de Venom, demora um pouco, o que um primeiro ponto negativo.

É necessário pontuar que Todos os personagens de Venom, com exceção talvez de Eddie Brock, são rasos demais. Aliás, eles são quase que meramente acessórios, com exceção de Anne, que acaba tendo uma relevância maior do que deveria na trama, pois eles focam excessivamente no romance dela com Brock. A quantidade de romance no filme se excede um pouco. Tudo bem ter um pouco de romance; Homem Aranha tem um pouco disso. No entanto, a dose disso em Homem Aranha é na medida certa, ao contrário de Venom. Mesmo o romance entre Brock e Anne é mal construído, não é capaz de convencer.

Para um filme de origem, que pretende ter um caráter mais explicativo, ele acaba não explicando muita coisa e, quando o faz, faz muito porcamente e de modo rápido demais.

O filme é repleto de clichês: um cara malvadão e pretensioso, com características megalomaníacas com uma visão duvidosa do que ele acha que seria bom para o mundo, uma ameaça a nível mundial (de destruição e controle), doses de heroísmo por parte de alguém que inicialmente fazia parte do esquema de destruição e resolveu se importar com o lado certo. Não há necessariamente problema com clichês desde que eles sejam bem-executados e organizados, o que não acontece. Fórmulas repetidas são relativamente perdoáveis desde que haja uma dose de profundidade, o que, repetimos, não ocorre em Venom.

O filme todo é permeado pelo tom de comédia, coisa que surpreendetemente Tom Hardy conseguiu se sair bem. Aliás, a relação entre Venom e Brock é a única coisa que salva minimamente o filme, em boa parte pelas cenas de ação e pela comédia.

Cortes bruscos, lacunas, falhas, enfim, a trama de Venom é muito pobre e mal executada. O filme não é de todo ruim pela ação, comédia e pela divertida relação de Venom com Brock. Fora isso, deixou totalmente a desejar.