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Nicarágua tem greve geral com protestos para demandar a saída do presidente Ortega

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Ontem, sexta-feira, dia 13 de julho, foi decretada greve geral na Nicarágua. A greve chamada por membros da oposição exige veementemente a saída o presidente Daniel Ortega.

Em reação a essa manifestação, Ortega solicitou a mobilização de seus partidários, indicando a eles que marchassem até Masaya, a cidade considerada como a mais rebelde do país.

Essa greve geral é a segunda decretada no país esse ano. Ela está prevista para contar com 24 horas de duração, tendo seu início à 0 horas da sexta-feira, em horário local (3 horas da manhã no horário de Brasília). A sua convocação foi efetuada pela Aliança Cívica para a Democracia e a Justiça, coligação da oposição que abrange segmentos da sociedade civil. Um primeiro movimento social igual havia bloqueado o país no dia 14 de junho.

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No começo da mobilização, a oposição fez a seguinte declaração: “Deixamos as ruas esvaziadas para podermos mostrar que não desejamos mais sofrer repressão e que nossa vontade é que eles vão embora”, fazendo referência ao casal presidencial Daniel Ortega e Rosario Murillo,que além de primeira-dama, também se constitui na vice-presidente.

Crédito da imagem: Oswaldo Rivas/Reuters/Reprodução

Essa greve compõe um conjunto de ações de três dias lançada pelo bloco anti-Ortega, a fim de aplicar um reforço na pressão exercida sobre o governo.

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No dia anterior a deflagração da greve, um contingente enorme de pessoas, portando as cores azul e branco, que são as cores da bandeira da Nicarágua, tomou conta das ruas da capital e de diversas outras cidades. Durante uma marcha a Morrito, situada a Sudeste do país, aconteceram alguns confrontos, deixando um saldo de 5 mortos: um manifestante e quatro policiais.

Agora nesse sábado, uma carreata pertencente à oposição deve circular alguns bairros da capital, nos quais a polícia e também grupos paramilitares realizaram operações violentas para detonar as barricadas construídas pelos manifestantes.

Os opositores de Daniel Ortega  reivindicam justiça, eleições antecipadas, ou então a saída do presidente, que recebeu uma acusação de opressão durante protestos contra a Reforma da Previdência, no mês de abril e igualmente de ter implantando, em conjunto com sua mulher, uma espécie de “ditadura” repleta de corrupção e de nepotismo.

A Nicarágua é classificada como sendo o país mais pobre de toda a América Central, registrando manifestações de proporções históricas contra Ortega, que é um homem de 72 anos que já foi guerrilheiro em outra época. Daniel Ortega está no poder desde o ano de 2007. Ele teve outra passagem por essa posição entre os anos de 1979 a 1990.

De acordo com a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, algo em torno de 264 pessoas morreram desde 18 de abril. Por conta da situação ter se tornado muito grave, a Organização dos Estados Americanos (OEA), convocou, na sexta, uma sessão extraordinária a respeito da Nicarágua.

A marcha de Ortega

Em meio a uma greve geral a todo vapor, o presidente Daniel Ortega realizou, na sexta-feira, uma marcha em memória à Revolução Sandinista, de 1979, rumo a Masaya, localizada a 30 km de Manágua.

Naquele período histórico, uma guerra civil se alastrou na Nicarágua e conseguiu derrubar a ditadora imposta por Anastácio Somoza.

Inúmeros guerrilheiros de Manágua ficaram entrincheirados em Masaya para somar forças para tirar Somoza do poder. Um grupo formado por liberais e sandinistas, incluindo Ortega e outros líderes, assumiu o poder.