Skip to content
PUBLICIDADE

A repressão do Facebook em cima da desinformação pode estar realmente funcionando

PUBLICIDADE

Os esforços do Facebook para diminuir a desinformação em seu feed de notícias desde a eleição de 2016 abriram a empresa para toda a sorte de críticas, somando-se aí acusações de parcialidade política tanto por parte da esquerda quanto da direita.

Mas uma nova pesquisa de estudiosos da Universidade de Stanford, da Universidade de Nova York e da Microsoft Research indica que eles podem estar realmente funcionando – ao menos até um certo ponto.

A pesquisa, divulgada como documento de trabalho na tarde de sexta-feira, 14 de setembro, analisa como usuários do Facebook e Twitter interagiram com textos de 570 sites que foram identificados por pelo menos uma fonte confiável como sendo fornecedor de “notícias falsas” – isto é, inegavelmente falso, intencionalmente enganador ou conteúdo hiperpartidário.

PUBLICIDADE

Ele descobre que o engajamento em histórias desses sites se elevou de forma contínua no Facebook e no Twitter até pouco tempo depois da eleição presidencial dos Estados Unidos em 2016. A partir do começo de 2017, no entanto, o engajamento desses sites passou a cair no Facebook, mesmo eles tendo continuado a aumentar no Twitter.

Enquanto os autores alertam que a pesquisa está “longe de ser definitiva”, é válido notar que como talvez a primeira pesquisa empírica em grande escala que examina de forma direta a eficiência da campanha em andamento do Facebook contra a desinformação. Seus resultados podem ser úteis como um indício de que jeito a empresa continua a contar com sua influência na sociedade civil.

PUBLICIDADE

A conclusão de que os esforços do Facebook estão funcionando requer uma série de ressalvas, falou o co-autor e economista de Stanford Matthew Gentzkow, durante uma entrevista por telefone na sexta-feira.

Essas ressalvas incluem o fato de que a desinformação no Facebook permanece generalizada – ainda mais do que no Twitter – e que a lista da pesquisa de sites de “notícias falsas” não exauriu as possibilidades nem é autoritária.

Mesmo assim, a nova análise indica para uma linha de tendência visivelmente clara, que deve estimular os que estão sequiosos por enfrentar a batalha contra a desinformação online como uma que não pode ser vencida.

No total, o engajamento do Facebook – em outras palavras, a quantidade de curtidas, compartilhamentos e comentários – nos textos dos sites de “notícias falsas” do estudo reduziu em mais de 50% entre as eleições de 2016 e julho de 2018, concluem os autores, utilizando dados rastreados por uma empresa de marketing de conteúdo chamada BuzzSumo.

Esse resultado ganha um maior destaque quando é comparado às tendências no Twitter, onde os retweets dos mesmos sites se elevaram expressivamente na mesma época.

Isso faz algum sentido a partir do momento em que você considera que o Facebook realizou um esforço conjunto para limitar a desinformação em sua plataforma desde o começo de 2017, enquanto o Twitter não tinha feito isso nesse período.

Os empenhos de fiscalização do Twitter focaram-se em bots, spam, assédio e discursos de ódio, não notícias falsas. Isso quer dizer que os ganhos superficiais do Facebook não são apenas fruto de sites de notícias falsos desistindo de seus propósitos, diminuindo as suas operações ou alterando os nomes dos seus domínios.

“Embora esta evidência esteja longe de ser definitiva”, enunciam os autores, “nós a vemos como consistente com a visão de que a magnitude geral do problema de desinformação pode ter declinado, pelo menos temporariamente, e que os esforços do Facebook após a eleição de 2016 limitaram a difusão da desinformação pode ter tido um impacto significativo”.