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Elefantes são maltratados na Índia por causa de rituais e de eventos turísticos

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A maioria das pessoas sabe que os elefantes são animais muito importantes para a Índia e a sua cultura. A razão é religiosa: eles são adorados e, por causa disso, tornam-se “objetos turísticos”, sendo exibidos e sendo possível até fazer passeios sobre eles. Porém, o preço para que se tenham os rituais ou os eventos de turismo é alto: esses animais, muitas vezes, têm um final bastante lamentável.

Um dos exemplos conhecidos é o da elefanta Rajeshwari, que já tinha mais de 40 anos. Foi por causa dela que uma ativista ambiental abriu um processo requerendo o sacrifício humanitário: o animal estava com o seu fêmur quebrado e ele ficava apenas em uma faixa de terra, com o agravante de que tinha uma série de ferimentos.

A Justiça disse que permitiria o sacrifício humanitário se houvesse parecer de veterinários. Porém, o estado da elefanta era tão ruim que não deu tempo: ela faleceu naturalmente, sem que os veterinários conseguissem realizar qualquer exame.

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Ilustração do sofrimento de outros elefantes na Índia

Se a morte dessa elefanta já é bastante triste, saber como foi a sua vida inteira é mais desconcertante e possibilita entender como outros paquidermes são tratados no país. Um templo indiano localizado em Tamil Nadu adquiriu o animal nos anos 90 e era exposta todos os dias para os devotos de Ganesha: como a sua forma seria a de uma cabeça de elefante, essas pessoas iam vê-la como se estivessem indo ver a divindade, o que causava muito cansaço à Rajeshwari.

Poucos dias antes de ela morrer, havia machucado seu fêmur e já tinha ocorrido um acidente com ela em 2004: ela estava em um caminhão aberto quando caiu. Todos esses eventos fizeram com que ela ficasse cada vez mais fraca.

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Prática atual, com denúncias constantes

Além de a morte de Rajeshwari ser recente, não se pode dizer que esses maus tratos aos elefantes são “antigos” ou que a sociedade indiana tem se modernizado: frequentemente, tem-se denúncias por causa de situações críticas dos elefantes. Cada turista que viaja hoje para a Índia vê diversos deles andando com tapetes e enfeitados, mas não sabem que têm vários machucados e que trabalham mais do que qualquer cidadão do país.

São muitos os contextos onde esses elefantes são explorados atualmente: hotéis, cultos religiosos, eventos culturais, etc. Até mesmo a mendicância utiliza esses animais: enquanto, no Brasil, as denúncias são porque há crianças sendo usadas para pedir esmolas, a Índia utiliza os elefantes. A própria imprensa indiana tem entendido que se tratam de maus tratos e notícias variadas sobre o sofrimento deles são publicadas sempre, inclusive a alta quantidade de óbitos.

O que os órgãos competentes têm feito?

Atualmente, há muitas ações de ativistas de animais para que esses elefantes sejam libertados ou, ao menos, para que eles tenham menos trabalho e sejam melhor protegidos de fraturas. A cada dia, novas petições referentes a esses elefantes são realizadas e as notícias sobre essa situação continuam aparecendo.

O problema é que essa é uma cultura altamente forte e, pior, associada a práticas religiosas. Sendo assim, é mais complicado que a população e o próprio Governo concordem em mudar a forma como os elefantes são tratados.

Na verdade, a exploração desses paquidermes é uma coisa lucrativa: muitos turistas desavisados podem preferir ficar em hotéis indianos onde existem elefantes expostos, por exemplo. Por isso, o que o jornalismo ambiental tem tentado é conscientizar as pessoas de outros países também sobre o que elas alimentam quando ficam nesses hotéis ou vão a certos eventos.