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Cidade de Roraima que faz fronteira com Venezuela tem episódio de xenofobia depois de assalto a comerciante

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Uma cidade de nome Pacaraima, situada bem na fronteira do estado de Roraima com a Venezuela presenciou uma enorme confusão agora nesse sábado, 18 de agosto, evidenciando atos de violência e de destruição em acampamentos de refugiados venezuelanos, de acordo com informações cedidas pelo Exército através da Força-tarefa Logística Humanitária.

O cenário, de acordo com a Polícia Militar, acontece por causa do assalto a um comerciante na noite de ontem, sexta-feira, 17 de agosto.

Existem suspeitas de que o crime tenha sido cometido por venezuelanos, conforme enuncia a Polícia. Ainda não há informações a respeito de pessoas feridas ou presas.

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A balbúrdia iniciou em torno das 7h (no horário local) desde sábado. O vigilante chamado Wandenberg Ribeiro Costa, um dos organizadores da ação, falou que por volta de mil habitantes de Pacaraima participaram da manifestação e que todos os venezuelanos que moravam pelas ruas do município foram expulsos.

Segundo informações cedidas por ele, a atitude dos moradores foi impulsionada pela insegurança provocada pela imigração na fronteira. O assalto ao comerciante, de acordo com os manifestantes, foi o catalisador para a revolta do povo contra os venezuelanos.

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Pacaraima se constitui na porta de entrada para venezuelanos que fogem da crise política, econômica e social que atravessam no país natal e entram no Brasil. Os cálculos é que entrem 500 venezuelanos diariamente por intermédio da fronteira do estado.

Os habitantes também construíram uma barricada de pneus com fogo na BR-174, bem na entrada da cidade e o acesso foi bloqueado nos dois sentidos da pista. Algumas equipes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) estão presentes no local e ficou combinado que a pista vai ser aberta a cada uma hora a partir das 15h30.

“Expulsamos todos os venezuelanos e vamos manter a entrada da cidade fechada até que tenhamos uma solução para o problema. Queremos que se tenha um controle rígido de entrada na fronteira e que seja estipulado um horário para circulação de pessoas que fazem compras em Pacaraima”, declarou Costa, emendando ainda que todo o ato foi combinado pelas redes sociais logo depois do assalto ao comerciante.

O ato contra os venezuelanos aconteceu, sobretudo, em três pontos da cidade ondem moravam os imigrantes: na rodoviária do município, no centro e também no palco do Micaraima, que é um ambiente no qual os estrangeiros viviam na cidade. A estrutura utilizada como acampamento improvisado foi arrancada com ajuda de um trator.

O comandante do Policiamento do Interior (CPI), coronel Matos, afirmou que todo o efetivo da PM de Pacaraima está nas ruas de olho no protesto e o governo do estado disse em nota que mandou reforços para o policiamento na cidade.

Como ficaram os venezuelanos expulsos?

Uma parcela dos venezuelanos expulsos das ruas de Pacaraima pelos habitantes se refugiaram em uma área na parte exterior do posto de fiscalização da Secretaria Estadual da Fazenda de Roraima (Sefaz). O local está situado próximo a entrada do município, onde foi construída a barricada na rodovia.

Nota emitida pela Força-Tarefa Humanitária

Sobre o fato ocorrido na noite de sexta-feira, dia 17 de agosto, em que o senhor Raimundo Nonato de Oliveira, morador da cidade de Pacaraima, foi assaltado supostamente por imigrantes que estavam na cidade, a Força-Tarefa Logística Humanitária esclarece que o agredido, após ser socorrido pela equipe médica de plantão do Hospital Délio de Oliveira Tupinambá, foi evacuado para Boa Vista, chegando em uma ambulância no Hospital Geral de Roraima. Atualmente, o senhor Raimundo encontra-se em situação estável.

O fato gerou um descontentamento de alguns moradores de Pacaraima e, na manhã deste sábado, 18 de agosto, ocorreu uma manifestação com atos de violência e destruição de acampamentos de imigrantes situados em alguns locais públicos.

Órgãos de Segurança Pública buscaram conter as manifestações de violência. A Força-Tarefa deslocou parte de sua equipe médica para o Hospital Délio de Oliveira Tupinambá para apoiar eventuais casos, em consequência da manifestação.

A Força-Tarefa Logística Humanitária, composta pelas Forças Armadas e integrada por Organismos Internacionais, Organizações Não Governamentais e entidades civis, repudia atos de vandalismo e violência contra qualquer cidadão, independentemente de sua nacionalidade.

As Forças Armadas atuam em prol da sociedade brasileira, sempre disponíveis a ajudar à população em todo o território nacional.