A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é conhecida como “Clube dos Ricos” justamente porque reúne 37 nações com bons resultados financeiros. O Brasil, apesar de não ser um integrante, era considerado parceiro-chave por conta de toda a colaboração que já tinha concedido desde 2007 e, por isso, realizou a solicitação para fazer parte do “clube”.
Aparentemente, era para haver uma resposta com um prazo de meses, o que não foi a realidade. De fato, já faz um ano desde que essa candidatura foi feita e o Brasil continua de fora e a razão é que os 37 países que já integram o OCDE estão em desacordo com relação a quem deveria ser aceito com prioridade.
Havia uma expectativa de que isso pudesse ser resolvido quando ocorreu a reunião ministerial; contudo, nada foi decidido. A explicação tem a ver com os Estados Unidos: o país deseja que a Argentina ingresse primeiro que os outros solicitantes e, aliás, não concorda que tantos países possam ser colocados no OCDE ao mesmo tempo. Sendo assim, aceitando a Argentina, deveria haver um período para que outros fossem incluídos.
Um das justificativas do governo norte-americano para esse posicionamento é de que a organização teria diminuída sua eficiência se fosse avaliar tantos países que querem fazer parte do Clube dos Ricos. Dessa maneira, seria necessário ter um grande espaço entre a entrada da Argentina e a dos demais solicitantes. Outra coisa que seria ainda mais satisfatória para a nação vizinha é que a sua solicitação é anterior à brasileira.
Quem quer ser novo integrante?
Não é somente o Brasil que está muito interessado em ser parte da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Os outros países que também têm suas solicitações em espera são Romênia, Croácia, Argentina, Bulgária e Peru. Para que uma nação seja aceita no OCDE, como reforça o presidente francês Mannuel Macron, é indispensável que ela seja avançada em numerosos aspectos.
Apesar de esse ser um dos pontos mais fundamentais do Clube dos Ricos, tem deixado de ser observado com tanto rigor na seleção de novos membros. Isso fica claro com a inclusão de países menos desenvolvidos, como a Turquia, a Letônia e até mesmo a Colômbia.
O Brasil segue concedendo suporte a OCDE, de acordo com o embaixador brasileiro no clube, Carlos Márcio Cozendey. Um aspecto interessante é que o país parece saber que é possível não ser aceito e uma mostra disso é que os ministros brasileiros não teriam ido a diversas reuniões do Clube dos Ricos, mas encaminhado subchefes e também subsecretários.
Por que o Brasil quer fazer parte do OCDE?
As nações que estão na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico podem conseguir alguns incentivos financeiros, inclusive no campo da exportação. Além disso, a imagem brasileira ficaria mais atraente para os países mais desenvolvidos, destacando-se que se pode até mesmo ter crédito com uma quantidade de juros menor, dentre outros benefícios.
Datas certas para o clube aceitar solicitações
Uma medida que se tentou definir na reunião ministerial foi um calendário para que a solicitação dos países pudesse ser detalhadamente avaliada. Outra vez, como não existiu nenhum acordo, os representantes das nações participantes não estabeleceram esse calendário e nem mesmo que a Argentina seria a primeira.
José Gurria, que é o secretário-geral da organização, declarou que a ideia era que o processo para aceitação do Brasil fosse começado em poucos dias, mas que seria necessário que os países membros tivessem alguma espécie de acordo. Contudo, não se teve decisão e o Brasil continuará aguardando.