O juiz federal Sérgio Moro, até então o juiz responsável pela Operação Lava Jato, aceitou agora nesta quinta-feira, 01 de novembro, o convite do presidente eleito do PSL, Jair Bolsonaro, para se tornar o Ministro da Justiça, cuja pasta foi ampliada e aglutinada com outras, além de se juntar com órgãos de combate à corrupção, que se encontram no momento atual em outras pastas, como a Polícia Federal e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). O magistrado declarou que irá executar uma ‘forte agenda anticorrupção e anticrime’.
Através do Twitter, Bolsonaro efetuou a confirmação de que Sérgio Moro aceitou entrar no comando do superministério da Justiça.
“O juiz federal Sérgio Moro aceitou nosso convite para o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Sua agenda anti-corrupção, anti-crime organizado, bem como respeito à Constituição e às leis será o nosso norte!”, falou Jair Bolsonaro em seu perfil oficial no Twitter.
Na tarde do dia de ontem, quarta-feira, 31 de outubro, a colunista Sonia Racy, pertencente à equipe do jornal Estadão, já havia adiantado que Sérgio Moro provavelmente iria aceitar o convite de Bolsonaro pois assim ele iria assumir o controle de um ministério da Justiça ampliado.
Por meio de uma nota oficial, Moro efetuou um comunicado público de que ‘para evitar controvérsias desnecessárias, a partir desse momento afastaria-se de novas audiências’.
No próximo dia 14, o ex-presidente Lula passaria por um interrogatório feito por Moro dentro do processo a respeito do sítio de Atibaia. Lula foi acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A audiência, a partir de agora, vai ser concretizada pela juíza substituta de Moro, Gabriela Hardt.
Moro salientou que ‘a Operação Lava Jato seguirá em Curitiba com os valorosos juízes locais’. Moro esteve presente na condução da Operação Lava Jato desde o começo da mesma, posta em execução em sua fase mais proeminente em março de 2014, culminando na condenação de políticos, empreiteiros, doleiros e por fim administradores da Petrobrás.
Sérgio Moro se encontrou com Bolsonaro durante aproximadamente 1h30, no dia de hoje, no local onde reside o presidente eleito, no Rio de Janeiro. Depois dessa reunião, o magistrado saiu do carro onde estava por um momento para poder falar com a imprensa, contudo, perante toda a agitação presente no ambiente, não deu nenhuma declaração.
O magistrado atuou na 13ª Vara Federal de Curitiba no âmbito da Lava Jato, a mais extensa operação contra a corrupção em toda a história do país. Acabou conquistando considerável popularidade e chegou até mesmo a ser cotado como um dos potenciais candidatos a presidente da República nas eleições 2018.
Sergio Moro nasceu em 1º de Agosto de 1972 na cidade de Maringá, no Norte do Paraná. Filho de professores, formou-se em direito, no ano de 1995, pela Universidade Estadual de Maringá, a mesma onde o já falecido pai, Dalton, lecionava aulas de geografia. Odete Starki Moro, a mãe do futuro ministro da Justiça é professora aposentada. Moro é casado com a advogada Rosângela Wolff, com quem tem dois filhos.
A NOTA OFICIAL DE SÉRGIO MORO
“Fui convidado pelo Sr. Presidente eleito para ser nomeado Ministro da Justiça e da Segurança Publica na próxima gestão. Apos reunião pessoal na qual foram discutidas politicas para a pasta, aceitei o honrado convite. Fiz com certo pesar pois terei que abandonar 22 anos de magistratura. No entanto, a perspectiva de implementar uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado, com respeito a Constituição, a lei e aos direitos, levaram-me a tomar esta decisão. Na pratica, significa consolidar os avanços contra o crime e a corrupção dos últimos anos e afastar riscos de retrocessos por um bem maior. A Operação Lava Jato seguira em Curitiba com os valorosos juízes locais. De todo modo, para evitar controvérsias desnecessárias, devo desde logo afastar-me de novas audiências. Na próxima semana, concederei entrevista coletiva com maiores detalhes.
Curitiba, 01 de novembro de 2018.
Sergio Fernando Moro”