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Ex-Governador carioca Garotinho é mais um dos delatados no caso JBS

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Desde que as delações da JBS começaram a ser feitas, muitos nomes apareceram como recebedores de propinas e, agora, o citado é Anthony Garotinho, que já foi governador do Rio de Janeiro. Quem o mencionou na delação foi Ricardo Saud, que era diretor da companhia e teria autorizado o repasse.

Não se trata de uma delação nova: a menção a Garotinho ocorreu no depoimento de fevereiro deste ano. De acordo com o que Saud disse, o ex-governador carioca recebeu R$ 3.000.000,00 para que fossem utilizados na sua campanha do ano de 2014.

Saud ainda afirma que Garotinho estava nervoso porque queria receber a propina logo e que foi alertado sobre essa impaciência. Porém, a quantia era bastante alta e não era possível tratar com propinas dessa grandeza. Sendo assim, a JBS criou uma solução: ela fazia notas frias com o nome de uma empresa chamada Ocean Link Solution. Cada valor que as notas fiscais mostravam iam para o ex-governador.

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Impasse no partido

A Polícia Federal chegou até o ex-diretor da JBS por causa de uma operação chamada de Caixa d’Água e um dos objetivos dela era determinar exatamente de onde foram repassados os R$ 3.000.000,00.

Uma das informações interessantes que Saud liberou foi que, num primeiro momento, o partido, que é o PR, não queria que Garotinho recebesse a propina porque não queriam que ele fosse candidato a governador, mas sim a deputado federal. Dessa forma, o senador Antônio Carlos demorou várias semanas a repassar a quantia.

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Desdobramentos

A Justiça ouviria o ex-governador Garotinho e também Rosa Garotinho hoje, dia 19/04. Porém, esse depoimento só vai acontecer em junho e, nessa ocasião, a probabilidade é que eles neguem que essa “doação” aconteceu de forma ilícita, inclusive porque essa há é a postura do PR. Quem julgará o casal Garotinho será o juiz Ralph Manhãs: assim que os ex-governadores derem seus depoimentos, os advogados de defesa poderão se manifestar.

De acordo com Garotinho, o repasse ao qual Saud se refere não teve nada de ilegal: na verdade, ele foi feito na conta nacional do PR e o próprio partido depositou para a campanha carioca. Isso quer dizer que, de acordo com o citado, ele próprio não recebeu nada da JSB. No entanto, a relação do PR com a empresa não seria tão nova assim: o delator ainda confirmou que a JBS já teria doado mais de R$ 40.000.000,00. O ex-governador já está sendo acusado desde o final de 2017 e, no caso de Ricard Saud apresentar comprovantes de que houve propina, é pouco possível a absolvição.

Impacto na JBS

Os executivos fizeram acordos de delação premiada em 2017 envolvendo grandes nomes políticos: o senador Aécio Neves, por exemplo. No começo, houve pessoas que criticaram a delação, interpretando como se fosse apenas um meio de os executivos terem uma pena mais leve. No entanto, as denúncias que tem sido realizadas pelos ex-funcionários dessa companhia já fizeram com que muitas pessoas se tornassem réus.

Saindo do cenário político, cabe falar da empresa JBS: o que está ocorrendo com seu desempenho comercial? Apesar de alguns considerarem que esse tipo de propina iria fazer com que seu rendimento baixasse, devido à falta de credibilidade, enganou-se: a Pilgrim’s Pride, que é uma companhia do grupo, aumentou em mais de 90% os seus rendimentos. Porém, essa notícia é do mês de fevereiro de 2018: no ano passado, quando ainda era o começo das delações, as ações caíram em 60%, sendo recuperados porque os cidadãos não deixaram de comprar itens das marcas desse grupo, como a Friboi.