Skip to content
PUBLICIDADE

Como forma de protesto, cliente pendura carro em frente a concessionária

PUBLICIDADE

(Por Estado de Minas) Um carro foi içado hoje na manhã desta quinta-feira. dia 09 de agosto, com o auxílio de um guindaste e ficou pendurado por algumas horas em frente a uma concessionária chamada Carbel Japão, na Avenida Antônio Carlos, região da Pampulha, cidade de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais.

Na parte inferior do veículo em questão, havia uma faixa pendurada com a seguinte frase “Não compre Nissan! Nós fomos enganados!”.

Isso nada mais foi do que um protesto orquestrado pelos donos da locadora de automóveis Locamix, que se sentiram prejudicados por falhas não solucionadas no carro, o qual teve seu conserto iniciando ainda quando o prazo de garantia estava em vigor.

PUBLICIDADE

Conforme informações fornecidas pela Locamix, o Nissan Frontier, modelo SL 2.5 4×4, ano 2015, foi adquirido por mais de R$ 98 mil e o orçamento para a efetuação do consertou ficou acima de R$ 82 mil.

Fernanda Santos, que é a coordenadora administrativa da locadora, salienta que o automóvel foi comprado 0km no mês de fevereiro de 2017 e passou por “todas as revisões e ao calendário apontado pela Carbel”, mas sofreu problemas no motor em duas ocasiões.

PUBLICIDADE

Ela alega que, na primeira vez, no mês de dezembro daquele mesmo ano, quando o veículo registrava por volta de 30 mil Km rodados, o “motor e a turbina quebraram”. A garantia do carro foi acionada pela companhia e, depois de quatro meses, o problema foi solucionado.

Há duas semanas, segundo a Locamix, o carro, que agora atingiu 40 mil Km rodados, mostrou o mesmo problema e a concessionária contestou a garantia mencionando “uso severo”. Um orçamento de valor acima de R$82 mil foi exibido ao cliente, que não permitiu a realização do serviço.

Às 9h da manhã, a polícia militar (PM) foi chamada pela BHTrans e o automóvel foi removido, conforme informações da Locamix, para “não prejudicar ninguém, nem prejudicar o trânsito”.

A representante da locadora proclamou que um processo contra a concessionária já está em curso e que o veículo em evidência era usado pelos próprios donos da Locamix, não fazia parte da frota de locação.

Procurada, a Carbel Japão ainda não fez nenhum pronunciamento.

Legislação

A advogada Eliane Figueiredo, que trabalhou durante 30 anos com defesa do consumidor, explana que a afirmação de “uso severo” é inexata. “Analisando com cuidado a situação, parece que está ocorrendo o que o código de defesa do consumidor nomeia de ‘vício’. Isso significa que o mesmo defeito volta a acontecer, seja de maneira muito rápida ou passado algum tempo”, afirma.

Segundo explica a especialista, nesse contexto é de responsabilidade da organização bancar todo o conserto, ou até mesmo efetuar a substituição do veículo, se for o caso.

“A concessionária tem que provar a utilização severa, mas até lá o cliente está com a razão. Se o defeito apontado é o mesmo que já foi constatado anteriormente, não há uso severo”.

Eliane detalha ainda que o tal de “uso severo” é compreendido como “forçar o limite” do veículo. Ela faz referência a situações como usar um carro construído para o asfalto em estradas de terra abusivamente, ou o usar para participar de rachas.