Pelo menos 30 soldados nigerianos morreram na quinta-feira, dia 30 de agosto de 2018, por conta de um ataque realizado pelo grupo extremista Boko Haram contra uma base militar situada na região nordeste da Nigéria, de acordo com informações oriundas de fontes militares à AFP.
“Perdemos pelo menos 30 homens em combates contra os terroristas do Boko Haram, que atacaram nossas tropas em Zari (próximo a fronteira com o Níger) às 16 de quinta-feira”, declarou um oficial.
O ataque ocorreu em uma onda de diversas ações violentas contra o exército da Nigéria. “Muitos insurgentes chegaram em caminhões que transportavam armas pesadas”, contou ainda o oficial.
“A batalha com os soldados durou uma hora. A força de ataque deles era tão potente que as tropas se viram obrigadas a recuar temporariamente antes da chegada de reforços terrestres e aéreos”, emendou.
Os responsáveis pelo ataque estavam equipados com “material militar”, provavelmente roubado nos ataques anteriores a bases do exército, de acordo com informações de uma outra fonte militar.
Uma facção pertencente ao Boko Haram, o grupo do Estado Islâmico na África Ocidental (ISWAP), cujo líder, chamado Abu Mosab al-Barnaoui, se separou do braço tradicional, cuja direção fica nas mãos de Abubakar Shekau, reivindicou a autoria do ataque através de um comunicado.
Conforme enuncia a segunda fonte militar, entretanto, falou que “os ‘terroristas’ também tiveram baixas depois do bombardeio”. Por intermédio de um comunicado publicado neste sábado, a Força Aérea atestou que “destruiu duas caminhonetes armadas e neutralizou inúmeros ‘terroristas’ em Zari”.
O local se situa fica a 27 km da cidade de Damasak, bem na fronteira com Níger, uma zona onde o ISWAP é atuante.
Esta divisão tem como alvos principais o exército nigeriano ou a força regional conjunta, que sofreram importantes perdas com o aumento dos ataques nas últimas semanas.
Outro ataque, contra a base de Arge
Por meio de um comunicado bastante sucinto, o ISWAP também relatou que na quarta-feira foi responsável pela morte de “muitos” soldados nigerianos em um ataque realizado contra a base militar de Arge, localizada na região do Lago Chade. A AFP não foi capaz de efetuar a confirmação dessa informação.
No dia 8 de agosto, os extremistas mataram 17 soldados e 1 civil em um ataque contra uma base militar próxima da localidade de Garunda. No final de julho, um grupo de homens armados desferiram um ataque usando explosivos contra um posto de controle militar próximo de Monguno e mataram ao menos 11 soldados e 3 civis.
A revolta na Nigéria e sua respectiva repressão pelo exército deixaram um saldo superior a 20 mil mortos e 2,6 milhões de refugiados desde o ano de 2009.
Mais do Boko Haram
Uma jovem chamada Leah Sharibu é a única refém de um grupo de 100 garotas resgatadas no começo do ano em Dapchi a permanecer nas mãos do Boko Haram. Ela continuaria mantida presa pelo grupo extremista por não haver se convertido ao Islã.
Durante uma entrevista exclusiva a RFI, o pai da jovem assentiu com a atitude da filha e falou que prefere que ela continue refém do que ver a moça se converter ao islamismo. Ambos são cristãos.