Um problema decorrente da pandemia de COVID-19 está causando bastante preocupação nos oftalmologistas: é o número alto de lesões observadas nos olhos das crianças por causa da utilização do álcool gel.
Pode parecer uma preocupação inusitada, mas os hospitais estão recebendo cada vez mais crianças em suas emergências reclamando de incômodos severos nos olhos por causa dessa substância, que pode causar lesões de muita gravidade. Inicialmente, foi observada essa situação na França, mas o Brasil passou a sofrer com o mesmo.
Quando as crianças passam álcool em gel na mão e as esfregam, é possível que um pouco da substância espirre e chegue aos olhos. Outro problema é que nem sempre os pequenos aguardam o tempo necessário para que o álcool em gel seja absorvido pela pele e, ao passar a mão nos olhos, ocorre a lesão.
Vale dizer que a preocupação dos oftalmologistas é justificada: a substância pode queimar a retina, causando até mesmo cegueira. Além disso, a ardência e vermelhidão intensas decorrentes do contato com o álcool em gel podem chegar a ser insuportáveis para as crianças.
Na medida em que elas tentam esfregar os olhos para ter alívio, é provável que a lesão ocular se intensifique e haja mais prejuízos à visão.
O Ministério da Saúde da França, por exemplo, relatou nada menos que 63 ocorrências desse tipo em seus centros especializados durante a pandemia de COVID-19. Uma parte desses pacientes infantis, inclusive, precisou ser submetida a procedimentos cirúrgicos para neutraliza as lesões, nem sempre com sucesso.
Recomendações dos oftalmologistas para o uso seguro do álcool em gel pelas crianças
Todos os responsáveis pelas crianças precisam supervisionar com cuidado o uso do álcool em gel por parte dos pequenos, impedindo que eles batam a palma das mãos enquanto estão espalhando a substância. Também é preciso impedir que eles coloquem a mão nos olhos enquanto o álcool em gel ainda está secando.
Deve-se impedir também que as crianças coloquem as suas mãos na boca.