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Crise na Argentina pode afetar exportações brasileiras de automóveis

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A piora da crise na Argentina precisará fazer com que as montadoras nacionais reformulem a expectativa de repetir o resultado histórico das exportações de carros de 2017.

A Associação das Fabricantes (Anfavea) declarou que vai efetuar uma revisão para menos a previsão para agora em 2018, perspectiva essa que era de estabilidade sobre 2017, momento no qual existiu recorde. A nova projeção terá sua divulgação em outubro.

A Argentina é o mercado de mais de 70% dos veículos exportados pelo Brasil. Entre os meses de janeiro e agosto que se passaram, 344 mil carros foram mandados para o país vizinho. O contingente é aproximadamente 4% menor do que o da mesma época do ano passado.

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De acordo com o presidente da Anfavea, Antonio Megale, a estimativa era de que o mercado argentino atingisse a marca de 900 mil a 1 milhão de automóveis emplacados neste ano. Porém agora as expectativas são de algo em torno de  700 mil a 800 mil.

Da Argentina para o Brasil

Na segunda-feira, dia 3 de Agosto, o presidente da Argentina Mauricio Macri declarou que iria estar implementando um número ainda maior de medidas na tentativa de amenizar a crise. Entre essas ações, estão novos impostos para exportações.

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“Estamos muito preocupados com as medidas que estão sendo tomadas”, falou Megale. “A taxação das exportações dos produtos argentinos é uma medida extrema.”

Além de vender automóveis para a Argetina, o Brasil também efetua a importação de modelos confeccionados por lá. “Com essa taxação para as exportações da Argentina, os preços podem aumentar aqui no Brasil”, explicou o executivo.

Macri igualmente fez a negociação de um adiantamento de recursos com o FMI, para assegurar o financiamento do país, diante de um cenário permeado pelo medo de uma potencial pausa nos pagamentos da dívida.

“Se o FMI liberar recursos de forma antecipada, a situação pode se acalmar”, finalizou Megale.

Além da Argentina, as vendas do Brasil para o México apresentaram queda neste ano.

“O México teve uma queda, proporcionalmente, ainda maior. Passou de 61,5 mil (veículos vendidos) entre janeiro e agosto do ano passado pra 31 mil no mesmo período desse ano”, contou Megale.

Novas revisões

Além da preocupante projeção de uma quantidade mais reduzida de exportações, a Anfavea também revisará a expectativa no que concerne a produção, pela segunda vez. Esses números já tinham passado por uma revisão, para baixo, no mês de julho.

Por outro lado, a previsão de vendas no mercado nacional provavelmente será um pouco mais otimista. A estimativa corrente é de 11,7% de crescimento.

“Vai de cada empresa tomar medidas para ajustar a produção. Acredito que sim, uma ou duas fabricantes podem tomar medidas nesse sentido”, disse Megale a respeito da possibilidade de suspensões de contrato (layoff) ou então férias coletivas em montadoras, em uma tentativa de reduzir gastos e conter custos, devido a essa retração no setor.

O presidente da Argentina, Mauricio Macri, anunciou na segunda-feira um conjunto de novas medidas de austeridade para o país, que atravessa uma seríssima crise financeira e renegocia com o FMI um programa de ajuda de US$ 50 bilhões. O fechamento de ministérios também foi uma das medidas anunciadas.