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100 mil mortes? A culpa é do isolamento, diz Bolsonaro

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Depois de o Brasil bater a trágica marca de 100 mil mortes confirmadas por Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro disse neste domingo (9) que lamenta cada uma das mortes, “seja qual for sua causa”, em seu costumeiro tom conspiratório.

Ainda, o mandatário apontou o isolamento social como possível causa de alguns dos óbitos recentemente registrados.

Como é de seu uso, Bolsonaro fez as declarações através das redes sociais, valendo-se de publicações no Facebook para divulgar sua opinião.

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“Lamentamos cada morte, seja qual for a causa, como a dos três bravos policiais militares executados em São Paulo”, é o que disse a postagem.

Até as 20 horas deste domingo (9), o País registrava 101.136 mortes confirmadamente ocasionadas pelo novo coronavírus. A informação foi passada pelo consórcio de imprensa formado pelo Estadão, Folha de SP, UOL e outros.

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Já o número total de infectados, de acordo com o consórcio, está na marca de 3.035.582, dos quais 2.118.460 foram recuperados. Na última semana, o Brasil registrou uma média diária de 1.001 óbitos por dia.

Acima da ciência

Bolsonaro, evitando falar das mortes neste sábado (8), buscou enfatizar o número de recuperados da doença.

O presidente também aproveitou para criticar medidas de isolamento social.

Com base em artigo publicado no jornal britânico Daily Mail, que concluiu que o lockdown seria responsável pela morte de 2 em cada 3 mortos por Covid no Reino Unido, Bolsonaro destacou que os números em Brasil seriam similares.

Ocorre que o comentário do presidente ignora a posição majoritária da comunidade científica qualificada, a qual reiteradamente afirma que as pesquisas apontam que, sem isolamento social, o número de mortes seria muito maior.

Voz da razão

Conforme pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o isolamento social praticado, ainda que com baixa adesão, evitou a morte de cerca de 118 mil pessoas e o contágio de outras 9,8 milhões.

Médicos e autoridades sanitárias clamam aos governos para que baseiem suas políticas públicas em saúde em três elementos.

Primeiro, identificação e monitoramento precoce dos casos. Segundo, etiqueta respiratória e cuidados pessoais. Terceiro, isolamento social. É o tripé que pode salvar a maior quantidade de vidas.