(G1) A defesa do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral recorreu ao presidente Michel Temer para transferi-lo para a penitenciária Bangu 8.
O advogado de Cabral, cujo nome é Rodrigo Roca, entrou com um pedido de recurso hierárquico administrativo com o objetivo de que Temer modifique a decisão tomada pelo interventor, general Braga Netto, que havia negado uma primeira solicitação para acomodar Sérgio Cabral em uma sala no Estado-Maior da PM.
Esse novo pedido foi publicado na coluna de Lauro Jardim na edição do jornal O Globo neste domingo, 29 de julho.
O documento está com a data da última sexta-feira (27 de julho). Três dias antes disso, na quarta-feira, dia 24 de julho, Sérgio Cabral foi posto em uma cela isolada, por supostamente ter cometido desrespeito para com o promotor André Guilherme durante uma inspeção. A “punição” foi revogado no final do dia e ele retornou para o confinamento coletivo.
O recurso hierárquico compreende que Braga Netto é subordinado a Michel Temer, que efetuou a nomeação de todo o Gabinete da Intervenção. O regime comanda não apenas as polícias, como igualmente o sistema penitenciário.
O que a defesa de Cabral argumenta?
- Direitos iguais: O advogado de Cabral cita como exemplo os casos do ex-presidente Lula, preso em uma sala reservada da carceragem da Polícia Federal em Curitiba, e do ex-governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo, encarcerado em um quartel do Corpo de Bombeiros.
- Facilitação da logística. O recurso indica “segurança, gasto e risco” nesse deslocamento constante de Cabral de Bangu, na Zona Oeste do Rio, para o Fórum do Centro do Rio, onde são realizadas as audiências. O documento salienta o risco, para todos os envolvidos nessa operação, durante todo o percurso, levando-se em consideração que a Avenida Brasil no Rio de Janeiro é reconhecido em termos oficiais como o trajeto mais perigoso de todo o Estado do Rio.
- Questão de Segurança. A defesa está preocupada também com a integridade dos familiares de Cabral. Seus parentes frequentam filas comuns com parentes e conhecidos de presos que apenas estão alojados no Complexo de Gericinó por causa da intensa luta contra a criminalidade do governo.Há, de fato, segundo a defesa, um perigo real e iminente à vida e integridade física de Cabral, tendo em conta que no pátio de visitas estão presentes milicianos, homicidas e ex-policiais expulsos da corporação justamente no período situado entre 2007 e 2014.
De “galho em galho”
Cabral foi preso no mês novembro de 2016 dentro da Operação Lava Jato e então enviado para Bangu 8. No mês posterior, ficou 7 dias na carceragem da PF em Curitiba, sob a alegação de que estava recebendo visitas de autoridades. Voltou para a mesma prisão, a Bangu 8.
Em maio do ano de 2017, ele foi transferido para a Cadeia Pública José Frederico Marques, localizada em Benfica. A Secretaria de Administração Penitenciária tinha feito uma adaptação na ala para os presos da Lava Jato no Rio.
Em Benfica, todavia, Cabral usufruiu de uma série de regalias. Segundo o promotor Matheus Pinaud, Cabral “privatizou” a unidade prisional em questão. Entre os diversos privilégios estão: videoteca, academia, guloseimas, visitas, encomendas, farmácia.