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Pinceladas de neonazismo e xenofobia rondaram a seleção da Croácia durante a Copa

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A seleção da Croácia simplesmente surpreendeu durante essa Copa do Mundo de 2018. Venceu seleções fortes e renomadas, tendo obtido logro em chegar até a final da competição e conquistado o vice-campeonato.

Contudo, a despeito dessas vitórias, ela deixou mais explícito, ao menos simbolicamente, de que uma pequena parcela de seus jogadores e membros da comissão técnica, a relação dessas pessoas com movimentos xenofóbicos, ultranacionalistas e até mesmo neonazistas, que evidenciam o quanto que, infelizmente, esses grupos deixam à mostra sua força naquela região.

Assim que terminaram as quartas de final, o zagueira Demogoj Vida e o assistente técnico Ognjen Vulkojevic estavam presentes em vídeos falando “Slava Ukraini”, uma expressão cuja tradução significa “Glória à Ucrânia”.

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A expressão soa como uma frase de efeito qualquer, uma espécie de saudação em relação ao país que o jogador Vida e o membro da comissão técnica Vulkojevic viveram um período de suas respectivas carreiras, uma vez que os dois atuaram por diversos anos no Dínamo de Kiev. Essa expressão tem sido repetida pelo presidente da Ucrânia em diversas situações e serviu de mote para os soldados ucranianos que batalham pela retomada da Crimeia, que está em disputa com a Rússia.

A embaixada da Ucrânia do Reino Unido disse que a expressão é tão somente uma afirmação patriótica como qualquer outra que outros países também possuem.

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Entretanto, qualquer pessoa que conhece minimamente como funcionam as relações de poder no leste europeu sabe muito bem que essa expressão supracitada quer dizer muito mais do que isso.

Uma série de historiadores encontraram as primeiras evidências da aparição da expressão “Glória a Ucrânia” e sua respectiva respostas “Glória aos heróis” ainda nas décadas iniciais do século XX. Essa saudação ganhou novo fôlego entre os anos de 2013 e 2014, quando serviu de grande aglutinador de manifestações que derrubaram do poder um presidente que estava mais alinhado com o governo da Rússia.

Anteriormente a isso, a saudação “Glória à Ucrânia” foi a  favorita do Exército Insurgente Ucraniano (UPA) e da Organização Ucraniana Nacionalista (OUN), cujos integrantes lutaram pela independência da Ucrânia antes e após a Segunda Guerra Mundial, porém que igualmente cometeram atrocidades contra povos considerados inimigos como poloneses e judeus.

UPA e OUN funcionavam como umaa resistência contra o governo da União Soviética e estavam alinhados aos nazistas da Alemanha. Nesse período, “Glória à Ucrânia” era a versão local da famigerada, controversa e tradicional saudação nazista“Heil Hitler”.

Jogadores croatam entoam música de cunho ultranacionalista

Pelo menos dois jogadores da seleção da Croácia comemoraram a vitória em cima da seleção da Argentina, na primeira etapa da Copa, entoando alguns versos de uma música cujo nome é “Bojna Cavoglave”, de composição de Marco Percovic, membro da banda Thompson.

A letra da música em questão é largamente conhecida como uma espécie de hino nacionalista e surgiu durante os anos de guerra de independência contra a Sérvia. O começo da música é a seguinte frase: “Para nossa casa, nós estamos prontos”. Essa frase é um símbolo da Ustasha, uma organização de caráter paramilitar da Croácia que colaborou com os nazistas durante a Segunda Guerra Mundial e continuou com influência sobre o país mesmo após o fim da mesma.