Quando se trata de ciência, sobretudo aos ramos de ciência ligados à História, Paleontologia, Arqueologia e Geologia, um dos elementos mais importantes é a datação, ou seja, a determinação da idade, ainda que aproximada, de um determinado objeto ou material “vivo”. Saber em que época um determinado achado pertence ajuda na compreensão do passado histórico.
Um dos métodos de datação mais conhecidos, até mesmo fora da comunidade científica é a datação por carbono 14. Volta e meia vemos notícias falando a respeito do uso de carbono 14 para determinar a idade de um material arqueológico/histórico/geológico que foi encontrado.
Contudo, apesar de ser largamento utilizado, inclusive por universidades e pesquisadores renomados, o método de datação por carbono 14 possui diversas controvérsias.
O que é e como funciona a datação por carbono 14?
O carbono, como se sabe, é um elemento químico, encontrado naturalmente na atmosfera, na terra, nos oceanos e até mesmo no próprio corpo dos seres vivos.
O isótopo mais comum de carbono é o que se chamada de C-12. Há um outro isótopo, bastante conhecido por conta das divulgações científicas, chamado de carbono 14 ou simplesmente C-14.
Ao contrário do carbono 12, o carbono 14 existe em pouca quantidade, cerca de 1 trilhão de átomos. Ele é radioativo, porém não representa perigo algum. Ele é gerado na atmosfera superior quando o nitrogênio 14 é modificado por meio dos efeitos do bombardeamento da radiação cósmica.
Ele é instável e por essa razão sua quantidade vai se reduzir de forma espontânea de volta a N-14, depois de um certo espaço de tempo. Para ele chegar à meia-vida, dentro de uma amostra, demora por volta de 5.730 anos e assim por diante. Para ele sumir por completo ou ao menos chegar em quantidades que não podem ser mensuradas leva cerca de 60 mil anos.
Carbono 14 sofre oxidação e entra na biosfera pela prática da alimentação e o ato de respirar. Plantas, animais e seres humanos vão incorporando C-14 no decorrer de sua vida. Assim que essa vida se cessa, ou seja, que a planta ou animal morre, ele para de absorver o C-14.
Sendo assim, para determinar a idade de uma planta ou um animal morto, observa-se a proporção de carbono 14 e, dependendo se tem metade, um quarto, menos de um quarto e assim por diante.
Qual a controvérsia que cerca o método?
A datação por carbono 14 é controversa por algumas questões.
- O primeiro ponto controverso: é ela partir de algumas conjecturas passíveis de questionamento. Por exemplo: é necessário supor que a taxa de decaimento, ou seja, a meia-vida permaneceu constante no decorrer dos tempos, o que é quase impossível.
- Segundo ponto controverso: é necessário igualmente supor que a quantidade de carbono 12 e carbono 14 na atmosfera permaneceu constante no decorrer dos séculos, outra coisa que é praticamente impossível saber.
- Terceiro ponto controverso: a proporção de carbono 14 hoje é maior do que no passado (que, mais uma vez, não é passível de mensuração, ao menos não com precisão).
- Quarto ponto controverso: a quantidade de carbono 14 na natureza e meio ambiente em geral pode variar bastante devido a turbulências naturais e ações realizadas pelo homem, como, por exemplo, a Revolução Industrial e a elevação de gás carbônico produzido.
Então a datação por carbono 14 é útil ou não?
A resposta para essa pergunta é: sim, a datação por carbono 14 é útil. Não é à toa que é amplamente utilizada. No entanto, é um método repleto de falhas e limitações.
A datação por C-14 só é válida para datar materiais que possuam no máximo 60 mil anos. Passando disso, ela já não possui serventia e então se torna necessário a datação por outros métodos.