Não é segredo algum que o Facebook tem se esforçado arduamente para evitar que fake news se difundam pela plataforma, a despeito de ter feito avanços desde a eleição presidencial de 2016.
Agora, como parte de seu empenho constante para lutar contra a desinformação, o Facebook realizou um anúncio de que seus 27 parceiros de verificação em todo o planeta agora possuem acesso a uma nova ferramenta que efetuará a análise de fotos e vídeos.
Segundo informações cedidas pelo Facebook, esse recurso é nutrido por aprendizado de máquina e é desenhado para auxiliar os revisores na identificação e tomada de medidas contra conteúdos falsos de maneira muito mais veloz.
O Facebook afirma que a tecnologia é proativa no rastreamento de postagens que englobam mídia que pode ser fake, valendo-se de uma mistura de diferentes sinais de engajamento, como feedback fornecidos pelos próprios usuários – isso é semelhante ao trabalho que se efetua com links de artigos.
Após o sistema ter identificado uma imagem ou então um vídeo que ele desconfia ter sido modificado, os verificadores de fatos de terceiros buscam averiguar se o conteúdo é real ou falso.
A nível de exemplo, no decorrer da eleição presidencial de 2018 no México, havia uma imagem photoshopada do candidato Ricardo Amaya flutuando, sugestionando que ele possuía um green card dos EUA. Essa foto foi sendo fakeada, não surpreendentemente, e esse é justamente o tipo de conteúdo que o Facebook afirma que a nova ferramenta é capaz de conter.
“Sabemos que combater notícias falsas é um compromisso de longo prazo”, declarou a gerente de produto do Facebook, Antonia Woodford, em uma postagem no blog, “dado que as estratégias utilizadas por maus atores estão sempre se modificando”.
Ela emendou ainda dizendo que o Facebook continuará a tomar medidas no curto prazo, o que engloba também investir em mais tecnologia desse tipo, a fim de assegurar que seus usuários não precisem ficar expostos a diferentes modalidades de notícias falsas.
Facebook e as fake news no Brasil
O Facebook tirou do ar cerca de 196 páginas e 87 contas utilizadas por um grupo ativista de direita para divulgar notícias falsas, de acordo com a Reuters.
Segundo as fontes da publicação, o grupo Movimento Brasil Livre publicou uma série de páginas falsas com o propósito de divulgar sua mensagem política em todo o país antes da eleição geral, que ocorrerá no mês de outubro.
Em um comunicado transmitido à Reuters, o Facebook, que não citou quais eram as páginas, disse que as desativações foram implementadas pois as páginas eram parte de “uma rede coordenada que se escondeu atrás de contas falsas do Facebook e enganou as pessoas sobre a natureza e verdade das coisas, a origem do seu conteúdo, tudo com o propósito de semear divisão e espalhar desinformação “.
No total, as páginas supostamente tinham por volta de 500 mil seguidores e fontes da Reuters afirmaram que algumas das páginas foram falsamente apresentadas como sendo veículos de notícias independentes que distorciam quem de fato estava por trás deles.
O Movimento Brasil Livre tem conseguido muito apoio no país nos últimos anos, tendo se destacado em 2016, momento esse em que liderou protestos contra a ex-presidente Dilma Rousseff.
O movimento usou a internet para ajudar a espalhar sua política e Pedro Ferreira, um de seus co-fundadores, contou à BBC em abril que a internet possibilitou que as pessoas encontrassem suas vozes.